BB anuncia plano que inclui demissões, corte de cargos e de agências. Mudanças vão afetar até 3 mil pessoas

Banco vai transformar 333 agências em postos de atendimento avançado, sem gerente, e criar unidade com foco no digital

Geralda Doca | O Globo

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Agência do Banco do Brasil Foto: Arquivo
Agência do Banco do Brasil Foto: Arquivo

O  Banco do Brasil anunciou nesta segunda-feira uma reorganização institucional que prevê um programa de readequação de pessoal, incluindo demissão voluntária, e a redução do número de agências. A estimativa, segundo fontes da equipe econômica, é que as mudanças afetem de 2 mil e 3 mil funcionários. A previsão inclui remanejamento de pessoas entre as unidades do banco, além das demissões. Não há meta de desligamentos. 

Segundo comunicado distribuído ao mercado, os funcionários “que reúnam as condições estabelecidas no regulamento poderão aderir a um plano de desligamento incentivado”, que foi batizado de Programa Adequação de Quadros (PAQ). Ele será aberto nesta terça-feira, e os interessados poderão fazer a adesão até 14 de agosto.

O BB informou que o programa visa a equacionar “as situações de vagas e de excessos nas unidades” da instituição. A ideia era divulgá-lo há três ou quatro semanas, segundo fontes. Mas o anúncio acabou atrasando, e o banco entrou no chamado período de silêncio, que antecede a divulgação de resultado trimestral.

O impacto financeiro do programa deverá ser revelado justamente na data de divulgação do resultado em 8 de agosto.

Segundo o BB, os funcionários que decidirem se desligar do banco receberão uma indenização vinculada ao tempo de trabalho, de até 9,8 salários, conforme critérios do programa. Além disso e de outros direitos trabalhistas, o banco ressarcirá o plano de saúde desses empregados e dependentes por um dano 1 ano.

O plano de reestruturação prevê ainda a redução do número de agências: 333 delas serão transformadas em postos de atendimento avançado. Isso significa que deixarão de ter gerentes. Na prática, nada muda para o cliente, mas haverá redução de cargos. Aqueles que perderem a função manterão sua renda pelo período de 120 dias, segundo o BB.

Haverá ainda fusão entre susperintendências estaduais. O plano foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco, e as medidas serão implementadas ao longo do segundo semestres de 2019. Mas estima-se que o efeito maior será sentido em 2020.

O comunicado do banco também diz que, para aumentar a eficiência operacional, serão criadas 42 novas Agências Empresas, até outubro. São unidades que trabalham apenas com pessoas jurídicas. Outros 49 postos de atendimento avançado serão “promovidos” a agências.

A reestruturação contempla a criação da Unidade Inteligência Analítica, que acompanhará o desenvolvimento de técnicas, ferramentas e inovações que utilizam soluções com inteligência analítica e inteligência artificial, com objetivo de acelerar o desenvolvimento digital do BB.

“O Banco do Brasil reitera que estas e outras iniciativas se alinham ao propósito de ampliar a competitividade, por meio da transformação digital e do dinamismo do modelo de atendimento e relacionamento”, diz a nota.

Essa não é a primeira vez que o BB anuncia um plano de enxugamento de quadros. Em 2016, o então presidente do banco, Paulo Caffarelli, anunciou o fechamento de 402 agências e transformação de outras 379 em postos de atendimento avançado.

Caffarelli também anunciou um Plano de Incentivo à Aposentadoria, que teve 9,4 mil adesões.

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