Pré-candidato à Prefeitura de Natal diz que “Município tem que caber na palma da mão”

Fernando Pinto, do Partido Novo, defende o enxugamento de gastos e faz críticas a Álvaro Dias: “sujeito retrógrado'.

Por Agora RN

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Fernando Pinto foi aprovado em processo seletivo do Novo para as eleições de 2020
Fernando Pinto foi aprovado em processo seletivo do Novo para as eleições de 2020 - Foto: José Aldenir / Agora RN

Estreante nas eleições municipais de Natal, o Partido Novo já definiu quem será o candidato da legenda à prefeitura da capital potiguar nas eleições de 2020: será o advogado e empresário Fernando Pinto, que é pernambucano, mas que mora e tem negócios no Rio Grande do Norte há aproximadamente uma década.

Para chegar à condição de pré-candidato do Novo a prefeito de Natal, Fernando Pinto teve de passar por um processo seletivo interno. Ele conta que a avaliação começou em março do ano passado e teve uma prova ideológica e três entrevistas, além da apresentação de documentos para comprovar sua capacidade de gestão. “Você tem que mostrar que tem capacidade de representar a sociedade. Eles analisam toda a sua vida pretérita, seu histórico. Além disso, é importante destacar que, para ser filiado ao Novo, tem que ser ficha limpa. Após esse processo todo, tem que ter capacidade de gestão comprovada, se for para cargo executivo. O Novo, através de uma junta realizada com empresas de fora, analisa o perfil que pode espelhar os princípios do partido”, explicou o advogado, em entrevista ao programa Manhã Agora, da rádio Agora FM (97,9).

Fernando Pinto ressalta que é “neófito” na política e que a indignação com malfeitos na gestão pública foi o que o motivou a ser candidato. “O Novo é formado por pessoas comuns que estavam insatisfeitas com a situação. Queremos reestruturar, colocar as verdadeiras prioridades da sociedade nas políticas públicas. A gente que é cidadão não aguenta ver o que está acontecendo. Enquanto o Município gasta R$ 7 milhões com iluminação, tem hospitais em greve”, frisa. O pré-candidato do Novo critica o atual modelo de gestão, do prefeito Álvaro Dias. Para ele, o atual gestor “prioriza” a realização de festas, como o São João, o Natal em Natal e o Carnaval, enquanto áreas mais essenciais necessitam de investimentos.

“Até que ponto vão as prioridades do nosso povo? Isso é revoltante. Se a gente, que é cidadão comum, outsider, não resolver sair da indignação e ir para a ação, vamos deixar o nosso município na mão desse pessoal, que comanda o nosso sacrifício do jeito que quer”, acrescenta. Na avaliação do advogado e empresário, é preciso modernizar a Prefeitura do Natal, enxugando gastos e facilitando o acesso dos cidadãos aos serviços públicos.

Ele também defende a privatização de serviços que não são essenciais. “Defendemos um Estado eficiente, que caiba no bolso do cidadão. Não existe exemplo no mundo de Esta-do grande que funcione. Vamos focar no que é essencial: saúde, educação e segurança pública”, opinou.O aprovado no processo seletivo do Novo para a Prefeitura do Natal defende, ainda, o fomento a atividades que gerem emprego e desenvolvimento para a cidade, como o turismo, que é o principal segmento econômico da capital potiguar.

Segundo Fernando Pinto, o caminho para retomar essa atividade passa pela melhora do paisagismo da cidade.“Há dez anos, a discussão em Natal era sobre qual era o melhor lugar para se morar. Hoje é sobre o lugar menos ruim, menos perigoso, menos esburacado. A avenida Roberto Freire, que é rota turística, está acabada, esculhambada. O turista que veio aqui há dez anos e voltou agora tem que percepção da cidade? Primeiro, é preciso fazer o beabá, o trabalho de casa. Se você começa a fazer com que o natalenses se sinta mais satisfeito, você vai estimular o turismo na própria região”, sustenta.

Na opinião de Fernando Pinto, o turismo de Natal tem decaído também por causa da violência urbana e de problemas urbanísticos e estruturais, apesar dos potenciais que ele enxerga na cidade. “Natal é uma das áreas mais belas do País. É uma cidade urbana e turística. Mas tem caído em função violência, dos problemas urbanísticos… Natal é uma flor seca. O jardim da Roberto Freire, por exemplo, é um desastre. Até a grama mataram”.

Plano de governo

O pré-candidato do Novo se contrapôs ao prefeito Álvaro Dias. De acordo com Fernando Pinto, o atual prefeito dissemina “fake news” ao dizer que faz uma gestão moderna em Natal. Segundo ele, a cidade está “esburacada e acabada” e oferece muita burocracia para os cidadãos.“Qual tipo de interação o cidadão tem com o ente público que não seja através de uma máquina ultrapassada? O que ele está tentando implantar de modernidade não condiz nem com a imagem dele – que aparenta ser um sujeito retrógrado e ultrapassado – nem com o que Natal vem passando nos últimos anos”, encerrou

Análise de Álvaro Dias

Após ser aprovado no processo seletivo do Partido Novo, Fer-nando Pinto agora vai se dedicar à elaboração do plano de governo que será apresentado a Natal nas eleições municipais. O advogado antecipou que a plataforma terá como cerne a redução da estrutura administrativa e a desburocratização dos serviços públicos.“O Município tem que caber na palma da mão do cidadão, em um celular. A gente tem que ter como foco saúde, educação e segurança. São prioridades simples, mas são temas complexos. Tem também o turismo, as vias alternativas de transporte… e as novas possibilidades de investimento para a região. Questões relacionadas à pesca e à estrutura portuária, além de tudo que está relacionado à atividade produtiva, não têm sido observados com carinho pelos gestores, pois eles não estão preocupados com políticas públicas. Estão preocupados em distribuir poder, espaços”, complementa.

Piauí

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), é mais um dos líderes nordestinos que pregam o diálogo com atores de fora do campo da esquerda. Na sua avaliação, o PT precisa “atualizar o projeto”, uma vez que as principais demandas da sociedade já não são mais as mesmas de 30 anos atrás.

“A pauta da fome ainda existe, por exemplo, mas não é mais com a mesma demanda que tinha lá atrás”, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.Dias lembrou da composição que levou o PT ao Palácio do Planalto pela primeira vez, em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva teve como vice o empresário José Alencar, do então PL, para defender dobradinhas que ultrapassem a fronteira das tradicionais alianças petistas.

“O que nos levou a vencer eleições como a de 2002 foi justamente a abertura ao diálogo com os diferentes. Muitos estranharam quando Lula colocou a possibilidade de ter José Alencar na sua chapa. Ali formou-se uma chapa com um líder muito legitimado pela classe trabalhadora e outro, pela classe empresarial”, afirmou.

Crise Interna

O diretório nacional do Pros destituiu o presidente da sigla, Eurípedes Júnior, e suspendeu sua filiação por três meses.O dirigente é acusado de desviar recursos dos fundos eleitoral e partidário e de lavagem de dinheiro. Ele teria usado R$ 2,4 milhões do fundo partidário para comprar um helicóptero. A defesa de Eurípedes e parlamentares da sigla falam em “golpe partidário”.

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