Natal caiu cinco posições e ficou na 84ª posição, quando o quesito é saneamento básico, entre as 100 maiores cidades do país. Mossoró, na região Oeste, caiu 11 posições em relação ao ano anterior, mas ainda ficou à frente da capital, como 79ª colocada. O ranking é do levantamento do Instituto Trata Brasil, com base nos dados de 2017, com base nos dados disponibilizados no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O estudo foi divulgado nesta semana.
Porém, para o diretor-presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), Roberto Linhares, os dados estão desatualizados, e dois anos depois, as duas cidades potiguares estão em situação bem melhor e a capital deve estar 100% saneada até o fim do próximo ano. O levantamento considera as ligações de água e o esgotamento sanitário, ou seja, a coleta e tratamento do esgoto.
“A intensidade das obras em Natal foi maior exatamente após esse período (2017). Em Mossoró, já houve milhares de ligações entregues depois de 2017. O SNIS, que é o sistema nacional, traz esses dados de forma bem desatualizada”, justifica o diretor, em entrevista concedida ao Bom Dia RN, da Inter TV Cabugi.
Ainda de acordo com Linhares, Natal conta atualmente 50% de esgotamento. Quando o assunto é a distribuição de água, a capital conta com 98% de cobertura. “Já consideramos universalizado”, pontua. Mossoró, segundo ele, já conta com 80% do esgotamento pronto.
“Se a gente considerar que Natal já tem 80% de redes instaladas, depois do funcionamento das estações de tratamento, também teremos a universalização do esgotamento”, acrescenta.
Conforme o presidente, existe meta para que a capital esteja 100% saneada: o fim do próximo ano. Para que o esgotamento seja considerado universalizado, ele aposta na instalação de conclusão das estações de tratamento da Zona Norte, até julho, e da Zona Sul da capital, no fim do ano. “Só na Zona Norte serão 70 mil novas ligações e já ultrapassaremos os 80% de cobertura”, argumenta.
Quando o assunto é o saneamento de todo o estado, a meta é um pouco mais elástica: 2033. O objetivo também é alcançar 100% da coleta de esgoto nos 167 municípios. No caso da distribuição de água
O saneamento básico é dividido em 4 vertentes, sendo o esgotamento sanitário e a distribuição de águas, que no estado são de responsabilidade da Caern, e a drenagem urbana e coleta de resíduos, que são administradas pelos municípios.
Os investimentos no setor são vultuosos: cerca de R$ 8,4 bilhões – receitas da União, da própria companhia e de municípios. Porém, o presidente considera essencial as parcerias com a iniciativa privada. Ele nega, porém, que haja interesse em privatizar a companhia.
“Nós temos uma companhia rentável, que, bem gerida, dá pra trazer o que o setor privado quer, que é o lucro, e a gente controla o serviço essencial. Estamos mexendo em coisas em que não se mexe há 40 anos, trazendo atividades que eram feitas só por empregados da Caern para empresas privadas. E os funcionários estão entendendo que é para manter a empresa pública, mas atualizando-a. O Estado do Rio Grande do Norte não tem dinheiro para colocar na companhia 2.300 empregados com folha líquida de R$ 9 milhões. A empresa tem que se manter, tem que ser eficiente e prestar um bom serviço”, argumenta.