Lá na frente todos votarão em mim, diz Bolsonaro ao indicar reeleição

Além de sinalizar que pode disputar novo mandato, presidente renovou seu pacto com os evangélicos, segmento que lhe apoiou em peso em 2018

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Por Folhapress

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sinalizou sua candidatura à reeleição em discurso de improviso na manhã desta quinta-feira (20) em Eldorado, cidade onde foi criado, no interior de São Paulo.

“Meu muito obrigado a quem votou e a quem não votou em mim também. Lá na frente todos votarão, tenho certeza disso”, disse o presidente, em discurso no qual estava cercado por moradores.

Em entrevista à revista Veja, publicada no final de maio, o presidente já havia admitido disputar mais um mandato em 2002. A condição para isso não ocorrer seria a aprovação de uma ampla reforma política, o que não está no horizonte do Congresso.

“Se a gente fizer uma boa reforma política eu topo ir para o sacrifício e não disputar a reeleição. Porque um dos grandes problemas do Brasil na política é a reeleição. O cara chega ao final do primeiro mandato dele, ou ele quer continuar no poder, que lhe deu fama e prestígio, ou ele quer continuar porque se o outro, o adversário, assumir vai levantar os esqueletos que ele tem no armário. Existe isso no Brasil.”

“Então o meu caso é o seguinte: com uma boa reforma política, que diminuiria o número de parlamentares de 500 para 400, entre outras coisas mais, eu toparia entrar nesse bolo aí de não disputar a eleição.”



Marcha para Jesus

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira (20), durante a Marcha para Jesus, na zona norte de São Paulo, que o país sofre com problemas de ética, moral e economia.

Recebido aos gritos de “mito”, com escassas vaias, ele conclamou a população de pé a ser o “ponto de inflexão para o Brasil ser um dia colocado no lugar de destaque que merece”, depois de dizer ser de comum conhecimento que o país “tem um problema seríssimo de moral, ética e economia”.

“Foi Ele quem nos deu a Presidência”, disse nesta quinta-feira de Corpus Christi. Ali estava, enfim, o presidente “de um Estado que é laico, mas ele é cristão”.

O presidente foi o primeiro ocupante do Palácio do Planalto a passar neste que é o maior evento evangélico do Brasil, a Marcha para Jesus, idealizado em 1993 pela igreja de Hernandes, a Renascer em Cristo.

O evento serviu para Bolsonaro renovar seu pacto com os evangélicos, segmento que lhe apoiou em peso na eleição. O presidente, um católico com esposa e filhos evangélicos, investiu na ideia de que ele e o público eram um só.


Veja também: Na Marcha para Jesus, Bolsonaro diz que tenta reeleição ‘se povo quiser’ e recebe bênção de líderes religiosos


Afirmou ainda que os evangélicos “foram decisivos para mudar o país” e que, se era Deus acima de todos, logo depois vinha “a família respeitada e tradicional acima de tudo”.

Aos milhares de participantes Bolsonaro agradeceu a Deus por estar vivo, numa referência à tentativa de assassinato no ano passado em Juiz de Fora (MG).

Disse ainda estar cumprindo as promessas de campanha e que a população e a classe política precisam acreditar que podem fazer a diferença para a melhoria do país.

Horas antes, ele havia sinalizado sua candidatura à reeleição, em passagem por Eldorado (SP), cidade onde foi criado.



No palco, o deputado Marco Feliciano (Pode-SP), também um pastor da Assembleia de Deus, disse ao público que no giro pelo interior paulista que Bolsonaro, 64, pegou a mãe, dona Olinda, 92, no colo, e juntos mãe e filhos “cantaram uma canção italiana que só eles entendem”.

Bolsonaro a revelou: “Mamma, Son Tanto Felice”. Em português: “Mamãe, estou tão feliz”.

O presidente estava sorridente na marcha, rodeado de aliados como a bispa Sonia Hernandes, da Renascer em Cristo, igreja que idealizou o evento 27 anos atrás. “Pela primeira vez na Presidência o Brasil viu o nome de Deus acima de todos, e a família foi honrada”, disse ela.

O presidente pediu à plateia para “mandar um grande abraço à evangélica Michelle”, sua esposa, e ainda fez gracejo com o apóstolo Valdemiro Santiago, da Mundial do Poder de Deus, uma das autoridades políticas e religiosas no palco (o prefeito Bruno Covas também estava e acabou vaiado pela multidão).

Bolsonaro pegou o chapéu de vaqueiro, uma das marcas de Valdemiro, pôs na cabeça e depois jogou o adereço para o público. Prometeu voltar à Marcha para Jesus no ano que vem, “se Deus quiser”


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