O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), fez referência à nota das Forças Armadas dirigida ao senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito. O emedebista também esclareceu que senadores não investigarão instituições militares. “Temos responsabilidade institucional”
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), rebateu a nota das Forças Armadas e disse que membros da Comissão Parlamentar de Inquérito não aceitarão ameaças.
“Não podemos ter medo de arreganhos, ameaças, quarteladas”, afirmou o parlamentar. “Não vamos investigar instituição militar, longe de nós. Temos responsabilidade institucional. Vamos investigar sim o que aconteceu nos porões do ministério da Saúde, e vamos responsabilizar os responsáveis, sejam civis ou militares”, acrescentou.
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou na sessão da quarta-feira (7) que há “membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”. De acordo com o parlamentar, os “bons” das Forças Armadas devem estar “muito envergonhados”.
Em nota, as Forças Armadas disseram que o senador atingiu a corporação de “forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”. “As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”, afirmaram os militares no documento.
Jair Bolsonaro
Na CPI, Renan Calheiros aproveitou para criticar Jair Bolsonaro, após dizer “caguei para a CPI”. “Nós mandamos uma carta para o presidente da república e o país ficou estupefato com a maneira com o que ele respondeu a essa comissão parlamentar de inquérito”, disse o emedebista.
“A escatologia proverbial do presidente da república reacende ao que ocorreu no seu governo durante a pandemia. Todos nós sentimos esses odores irrespiráveis que empestearam o Brasil e mataram tantos inocentes. Nós vamos em frente e investigando quem precisar ser investigado”, acrescentou.
Bolsonaro disse “caguei para a CPI”, após o senador Omar Aziz, presidente da comissão, cobrar dele uma resposta sobre a acusação do deputado Luís Miranda (DEM-DF) de que ele teria relacionado o deputado Ricardo Barros (PP-PR) com supostas irregularidades na compra da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin.