Não existe confiança 100%, afirma Bolsonaro sobre Moro

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Um dia após a divulgação de novos trechos de conversas privadas nas quais o então juiz Sergio Moro passa orientações a procuradores da Lava Jata, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu o legado de seu ministro da Justiça, mas disse que não existe confiança 100%.[ x ]

“Eu não sei das particularidades da vida do Moro. Eu não frequento a casa dele. Ele não frequenta a minha casa por questão até de local onde moram nossas famílias. Mas, mesmo assim, meu pai dizia para mim: Confie 100% só em mim e minha mãe”, disse Bolsonaro, em rápida entrevista na porta do Palácio do Alvorada, neste sábado, em Brasília.

O presidente Jair Bolsonaro, ao lado do ministro Sergio Moro
O presidente Jair Bolsonaro, ao lado do ministro Sergio Moro – Andre Coelho/Folhapress

Questionado se os diálogos entre o então juiz e o procurador chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, não representariam irregularidades, o presidente ressaltou os resultados da atuação de Moro no combate à corrupção.

“Tem um crime de invadir o celular do caboclo lá [Deltan]. E outra, tem programa que eu tive acesso de você forjar conversa e ponto final. O que interessa? O Moro foi responsável, não por botar um ponto final, mas por buscar uma inflexão na questão da corrupção”, disse o presidente.

“E mais importante: [Moro] livrou o Brasil de mergulhar em uma situação semelhante a da Venezuela. Onde estaria em jogo não o nosso patrimônio, mas a nossa liberdade”, completou.

RESUMO DOS DIÁLOGOS EM 3 PONTOS

  1. Troca de colaborações entre o então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato
  2. Dúvidas de Deltan a respeito da solidez das provas que sustentaram a primeira denúncia apresentada contra o ex-presidente Lula
  3. Conversas em um grupo em que procuradores comentam a solicitação feita pela Folha para entrevistar Lula na cadeia


Na mesma entrevista deste sábado, Bolsonaro indicou que ninguém é inabalável no cargo e citou a situação do general Santo Cruz, demitido na última quinta-feira (13) da Secretaria de Governo

“Todo mundo pode ser [demitido]. Muita gente se surpreendeu com a saída do general Santos Cruz. Isso pode acontecer. Muitas vezes, a separação de um casal você se surpreende: ‘Mas viviam tão bem!’. Mas a gente nunca sabe qual a razão daquilo. E é bom não saber. Que cada um seja feliz da sua maneira”.

O presidente não deu detalhes sobre o que motivou a saída do general Santos Cruz do governo.

Bolsonaro ainda ameaçou demitir o presidente do BNDESJoaquim Levy, mesmo sem a anuência do ministro da Economia, Paulo Guedes. Disse disse que Levy “está com a cabeça a prêmio há algum tempo”.

O clima teria piorado, segundo Bolsonaro, depois da intenção de Levy em nomear um executivo que trabalhou na gestão petista.


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