Grupo da Lava Jato pede demissão após busca de dados por aliada de Aras

Fonte: Poder 360

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O indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a PGR (Procuradoria Geral da República), Augusto Aras, foi aprovado pelo plenário do Senado por 68 a 10 e uma abstenção. O nome já havia sido aprovado mais cedo nesta 4ª feira (25.set.2019), pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), por 23 a 3. Brasilia, 25-09-2019. Foto: Sérgio Lima/PODER 360

Procuradores que integram o grupo da PGR (Procuradoria Geral da República) que atua em processos da Lava Jato pediram demissão nesta 6ª feira (26.jun.2020). Assinaram a carta de demissão os procuradores Hebert Reis Mesquita, Luana Macedo Vargas, Maria Clara Noleto e Victor Riccely Lins Santos.

O pedido de demissão coletiva é uma reação à visita da chefe desse núcleo e braço direito de Augusto Aras, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo, à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. A visita ocorreu na 4ª (24.jun) e 5ª feira (25.jun).

Em ofício ao procurador-geral da República, os procuradores do Paraná disseram que a ida de Lindôra ao QG da Lava Jato em Curitiba configurou uma “busca informal” que visava a obter “informações, procedimentos e bases de dados da força-tarefa em diligência efetuada sem prestar informações sobre a existência de 1 procedimento instaurado, formalização ou escopo definido“. Disseram ver o ato com “estranhamento“.

Em nota, Lindôra disse que a visita foi agendada há cerca de 1 mês com o coordenador da força-tarefa no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol. Disse que pediu acesso a informações para “solucionar eventuais passivos“.

Não houve inspeção, mas uma visita de trabalho que visava a obtenção de informações globais sobre o atual estágio das investigações e o acervo da força-tarefa, para solucionar eventuais passivos. […] Não se buscou compartilhamento informal de dados, como aventado nas notícias da imprensa, mas compartilhamento formal com acompanhamento de 1 funcionário da Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise (Sppea), órgão vinculado à PGR, conforme ajustado previamente com a equipe da força-tarefa em Curitiba“, disse a subprocuradora-geral.

Lindôra disse que fez o mesmo pedido às forças-tarefas de São Paulo e do Rio de Janeiro. “Os assuntos da reunião de trabalho, como é o normal na Lava Jato, são sigilosos. A PGR estranha a reação dos procuradores e a divulgação dos temas, internos e sigilosos, para a imprensa“, finalizou o texto.

Após o pedido de demissão dos procuradores até então subordinados a Lindôra, as forças-tarefas da Lava Jato no Paraná, em São Paulo e no Rio de Janeiro, bem como a força-tarefa da operação Greenfield, divulgaram nota em solidariedade aos procuradores. Disseram “expressar integral confiança” nos profissionais.

São procuradores da República competentes, dedicados, experientes e amplamente comprometidos com a integridade, a causa pública e o combate à corrupção e enfrentamento da macrocriminalidade. Ao longo de anos, Hebert Reis Mesquita, Luana Macedo Vargas, Maria Clara Noleto e Victor Riccely Lins Santos cooperaram amplamente em importantes trabalhos conjuntos com as forças-tarefas Lava Jato e Greenfield, razão pela qual os seus integrantes expressam seu profundo agradecimento e admiração.

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