Governo holandês renuncia após escândalo de benefícios sociais

Fonte: Portal Poder 360

0
500

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, anunciou, na 6ª feira (16.jan.2021), a renúncia de todo o seu gabinete, e assumiu a responsabilidade por um escândalo que envolveu benefícios sociais.

Em dezembro, um inquérito parlamentar apontou que autoridades fiscais holandesas cortaram benefícios sociais relacionados a cuidados de crianças de cerca de 10 mil famílias, acusadas injustamente de fraude entre 2013 e 2019.

Elas foram instruídas a reembolsar os subsídios, o que causou problemas financeiros para várias delas.

Rutte afirmou que apresentou sua renúncia e a de todos os seus ministros ao rei Willem-Alexander.

“O Estado de direito deve proteger seus cidadãos de um governo todo-poderoso, e isso deu terrivelmente errado”, afirmou o premiê .

“Todos concordamos: quando todo o sistema fracassa, apenas uma responsabilidade conjunta pode ser assumida“.

O primeiro-ministro holandês deixou claro que a compensação financeira para os mais afetados é “a primeira coisa que precisa ser adequadamente feita”.

Muitas das famílias afetadas eram de imigrantes.

“Pessoas inocentes foram criminalizadas e suas vidas arruinadas”, afirmou Rutte.

O gabinete permanecerá exercendo suas funções de forma interina, a fim de supervisionar a resposta à crise da covid-19 até as próximas eleições parlamentares, marcadas para 17 de março.

REPERCUSSÃO

Alguns casais disseram ter se separado em meio à tensão, e muitos dos membros dessas famílias perderam o emprego.

O escândalo tomou proporções maiores quando houve a suspeita de que as famílias foram escolhidas com base em sua origem étnica, sobrenomes estrangeiros ou dupla nacionalidade

O governo holandês chegou a anunciar um mínimo de 30 mil euros de indenização a cada cidadão injustiçado, mas isso não foi suficiente para silenciar as denúncias contra o governo, e a pressão sobre o premiê aumentou.

Os pedidos pela renúncia de Rutte cresceram ainda mais depois que o chefe do Partido Trabalhista, Lodewijk Asscher, que foi ministro de Assuntos Sociais no antigo gabinete do premiê, renunciou na 5ª feira (15.jan.2021). Ele e outros 2 ex-ministros, além de 3 atuais ministros, são alvo de uma ação apresentada no dia 12 de janeiro por vítimas do escândalo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor entre com seu nome aqui