Um tradicional clássico londrino decidirá nesta quarta-feira, 29, a partir das 16 horas (de Brasília), no estádio Olímpico de Baku, no Azerbaijão, o título desta edição da Liga Europa. O Chelsea, campeão em 2013, buscará seu segundo troféu desta competição, enquanto o Arsenal jogará para encerrar um longo jejum continental. O jogo será transmitido em TV fechada no canal Fox Sports.
Durante a era de 22 anos do técnico Arsène Wenger à frente do time, o Arsenal viveu duas grandes decepções em finais de torneios da Uefa – foi vice-campeão da própria Liga Europa (então chamada de Copa da Uefa) em 2000 ao ser batido pelo Galatasaray, nos pênaltis; e depois perdeu a decisão da Liga dos Campeões de 2006 para o Barcelona. A única “glória” do time inglês em uma competição do Velho Continente foi a conquista da Recopa Europeia de 1994, obtida com uma vitória por 1 a 0 sobre o Parma na final.
Até por isso, o troféu que estará em jogo nesta quarta-feira tem um peso gigante para o clube, que nesta temporada foi apenas o quinto colocado do Campeonato Inglês. Já o Chelsea, que terminou a competição nacional em terceiro lugar, buscará o seu terceiro grande troféu continental, pois também faturou a Liga dos Campeões em 2012.
O vencedor da final desta quarta-feira também vai comemorar o seu primeiro e único título nesta temporada, na qual o Manchester City foi dominante no cenário nacional ao faturar o Campeonato Inglês, a Copa da Inglaterra, a Copa da Liga Inglesa e até a Supercopa do país.
Pelo lado do Arsenal, Emery tem a chance de fazer história pelo clube depois de ter conduzido o Sevilla a três títulos consecutivos da Liga Europa, entre 2014 e 2016. E ele fez questão de enfatizar nesta terça-feira que a sua equipe terá a chance de conquistar um “título especial” neste fechamento de temporada europeia.
“Começamos a temporada com dois objetivos: um era o de vencer a Liga Europa e outro era alcançar a Liga dos Campeões através do Campeonato Inglês. Nós podemos alcançar dois objetivos”, afirmou o comandante espanhol, que deixou o PSG em 2018, em entrevista coletiva em Baku.
O Arsenal terá um importante desfalque por razões geopolíticas: o meio-campista Henrikh Mkhitaryan não viajou com o time por razões de segurança, devido à tensão política entre a Armênia, o seu país de nascimento, e o Azerbaijão, onde será realizada a partida. O fato de não haver voos diretos entre Inglaterra e Azerrbaijão e o baixo número de ingressos para os londrinos também causaram muitos protestos contra a Uefa pela escolha da sede do jogo.
Pelo Chelsea, Maurizio Sarri revelou nesta terça-feira que o volante N’Golo Kanté tem 50% de chances de ficar apto para defender o time nesta quarta-feira. O jogador da seleção francesa lesionou o seu joelho em um treino no sábado e é dúvida na escalação.
Ao comentar sobre a situação do atleta, o treinador italiano brincou, em entrevista coletiva em Baku, que há um “problema muito pequeno com o seu joelho, que é o tempo” curto de recuperação. Em seguida, ele avisou que só poderá confirmar ou não a escalação do francês no “último momento”.
E Sarri ainda negou que um possível vice-campeonato nesta quarta-feira venha a significar uma temporada fracassada para o Chelsea, que neste ciclo 2018/2019 foi derrotado pelo Manchester City na decisão da Copa da Liga Inglesa. “Nós fizermos uma temporada maravilhosa porque na última temporada o Chelsea não se classificou para a Liga dos Campeões. E agora nós já estamos na Liga dos Campeões”, lembrou, se referindo ao fato de que o terceiro lugar no Campeonato Inglês já garantiu ao clube um lugar na competição europeia.
Confirmado na zaga titular do Chelsea, David Luiz terá a chance de ganhar o seu terceiro título continental pelo clube, pois esteve presente nas campanhas vitoriosas da Liga dos Campeões de 2012 e da Liga Europa de 2013. Na véspera da partida, o defensor brasileiro se desentendeu com o argentino Gonzalo Higuaín, imprevisto que enfureceu o técnico Sarri.
Força inglesa
Esta será a primeira vez que os dois rivais de Londres se enfrentarão em uma final continental e também apenas a segunda ocasião na história em que a Liga Europa terá dois clubes ingleses no confronto que vale o título. Isso não ocorria desde a primeira edição da competição, na qual oTottenham bateu o Wolverhampton para ficar com a taça, em 1972.
O duelo desta quarta-feira também marcará o início da grande “festa continental” do futebol inglês nesta semana, pois no sábado Liverpool e Tottenham medirão forças em busca do título da Liga dos Campeões, no estádio Wanda Metropolitano, em Madri.
A presença de dois clubes da Inglaterra na final da Liga Europa, por sinal, evidencia a força dos clubes do país no torneio nos últimos anos. A decisão desta competição contou com o Liverpool como vice-campeão em 2016, teve o Manchester United faturando o título em 2017 e agora o torneio viverá uma final 100% inglesa.
(Com Estadão Conteúdo)