Um idosa de 70 anos do município Jardim do Seridó, no interior do Rio Grande do Norte, tem uma coleção curiosa. Maria do Carmo de Medeiros Cunha, a Carminha, reúne, há mais de 20 anos, santinhos de luto das missas de 7º dia. Atualmente, a coleção tem quase 6 mil deles e conta com nomes públicos como Tancredo Neves, eleito ex-presidente da República, o humorista Espanta, além de vários amigos, outros desconhecidos e até animais de estimação.
Com a grande quantidade do material, ela decidiu fazer neste sábado (2), Dia de Finados, uma exposição na própria casa. Assim, o local estará aberto para visitantes do município e curiosos até segunda-feira (4).
Carminha explicou que se tornar colecionadora dos santinhos não foi algo planejado. “Eu ia às missas toda semana, recebia um e ia guardando. Quando percebi, já tinha muitos deles em casa”, contou ao G1.
Sobre o fato de algumas pessoas acharem a coleção de santinhos “estranha”, ela reforça que se trata de um material de memória. “Quando me perguntam sobre essa coleção, sempre digo que as fotos dessas pessoas são delas vivas, é uma lembrança”, diz.
Ela conta que é fácil e há espaço suficiente para guardar todo o material em casa. Mas é sempre um sufoco para organizar para exposição – essa vai ser a primeira que ela promove o evento nos últimos sete anos. “São mais de três dias para deixar tudo organizado”, explica.
Há santinhos de toda a parte do Brasil, como no caso de Tancredo Neves. Isso porque desde que começou a oficialmente colecionar, amigos passaram a enviar os que tinham e os que conseguiam para ela. “Tem uma amiga que só me manda acima de 100”, brinca.
Entre os santinhos de pessoas públicas, estão o do humorista Espanta, Frei Damião, do ex-bispo do RN Dom Nivaldo Monte e do político potiguar Aluízio Alves. Também há várias memórias de animais de estimação, como cachorros e papagaios.
Apenas parte do acervo ficará exposto neste sábado (2), Dia de Finados. “Além de alguns santinhos de pessoas públicas, que despertam curiosidade, vou colocar mais do povo de Jardim do Seridó, uma espécie de memória pra cidade”, relata.