A China suspendeu as importações de duas unidades processadoras de carne suína do Brasil pertencentes à JBS e à BRF, de acordo com a autoridade aduaneira chinesa, reprimindo os embarques de carne em meio a preocupações com o novo coronavírus.
A medida atinge temporariamente as importações de uma fábrica da BRF em Lajeado, no Vale do Taquari, e de uma da JBS em Três Passos, no Norte do RS, segundo publicação com data de sábado no site da Administração Geral de Alfândega da China (GACC, na sigla em inglês).
O município de Lajeado é o terceiro do estado com maior número de casos confirmados de coronavírus, 1.660, na atualização mais recente, publicada pela Secretaria Estadual de Saúde neste domingo (5). Vinte e duas pessoas morreram na cidade pela doença.
Já Três Passos tem 406 confirmados e três óbitos.
A publicação, que apenas identificou as usinas por números de registro, não dá o motivo para a suspensão. Mas o Brasil é o segundo país com maior número de casos do novo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Na semana passada, o país havia anunciado a suspensão de importação de outros dois frigoríficos do RS: a JBS de Passo Fundo e o Minuano, em Lajeado.
Em todo o país, seis unidades de frigoríficos brasileiros foram impedidas de exportar para a China em meio à preocupações crescentes com os milhares de casos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, entre trabalhadores de matadouros no país.
A China é o maior comprador de carne suína, bovina e de frango do Brasil. O país asiático solicitou que os exportadores de carne certifiquem globalmente que seus produtos estão livres de coronavírus, o que BRF, JBS e outras processadoras de alimentos do Brasil já fizeram.
A JBS disse em comunicado que não comentaria a decisão e afirmou que estava tomando várias medidas para garantir que seus alimentos fossem da mais alta qualidade e que seus trabalhadores estivessem protegidos.
Em nota, a BRF informou não ter sido notificada oficialmente sobre a suspensão da habilitação para exportações de carne suína de sua unidade de Lajeado e ressaltou desconhecer o motivo da decisão.
A BRF “já está atuando junto às autoridades brasileiras e chinesas, incluindo o Ministério da Agricultura – MAPA, o Ministério de Relações Exteriores – MRE, a Embaixada da República Popular da China no Brasil e o próprio GACC, para reversão da suspensão no menor prazo possível e tomando todas as medidas cabíveis para restabelecer tal habilitação”, disse a empresa em nota.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.