Depois de 16 anos de espera, um grupo de artesãs de Campo Redondo já está colhendo os frutos de um sonho realizado. Há um ano com a loja inaugurada e as vendas indo de vento em popa, elas se preparam para alçar novos voos: querem abrir um site para vender online e inaugurar uma loja física em Natal no ano que vem.
“Estamos produzindo há um ano e quatro meses na nova sede e agora em dezembro completamos um ano da nossa loja. Sentimos que é um sonho realizado, porque hoje somos uma associação independente, não precisamos de ajuda de ninguém para pagar água ou energia. Toda vez que nos reunimos e olhamos para aquele prédio e as máquinas, vemos que é de fato um sonho que se tornou realidade”, descreve a presidente da Associação dos Artesãos de Campo Redondo, Kely Bezerra.
As 24 sócias foram beneficiadas pelo Governo do Estado com a reforma e ampliação da sede da associação, aquisição de máquinas e equipamentos de costura, bordado e estamparia, além de um capital de giro inicial de insumos. O investimento de mais de R$ 270 mil se concretizou através do Projeto Governo Cidadão e Secretaria Estadual de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sethas), por meio de um edital de economia solidária e recursos do empréstimo junto ao Banco Mundial.
As artesãs produzem itens de cama, mesa e banho em crochê, vagonite, ponto cruz e até mesmo pintados à mão. O plano de negócio tem como meta que cada uma das sócias possa ganhar de R$ 500 a R$ 600 por mês com a venda do artesanato. “Ainda estamos engatinhando nisso, mas vamos chegar lá”, projeta Kely. Entre os principais compradores, estão moradores da própria cidade e alguns revendedores em Natal.
A expectativa é que 2021 seja um ano de ainda mais conquistas. As artesãs de Campo Redondo querem colocar no ar um site para vender online os produtos da associação, ainda no primeiro semestre; e no segundo, inaugurar uma loja física em algum centro de artesanato da capital. Já fizeram pesquisa de mercado e descobriram que podem trazer a Natal, e principalmente aos turistas, alguns diferenciais.
Agora no final do ano elas passaram por mais uma capacitação oferecida pelo Governo do Estado em parceria com o SENAI. Antes, aprenderam sobre gestão de custos e do negócio e agora estão aprendendo a fazer manutenção nas máquinas de costura. “Estamos adorando o curso porque antes, quando alguma máquina dava problema, mesmo sendo uma besteira um técnico cobrava até 600 reais só pra vir olhar. Agora elas vão poder resolver sozinhas questões mais simples”, comemora Kely.
O secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, destacou o impacto que essas capacitações promovem às comunidades. “Não basta apenas que as estruturas das fábricas sejam construídas e equipadas. É preciso que cada um dos associados saiba lidar com seu negócio, para então traçar metas e produzir com sustentabilidade. Dessa forma, as organizações serão fortalecidas e a autonomia e o protagonismo estarão assegurados, no que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades produtivas”, finalizou.