Em Pernambuco, as aulas retornaram no fim do mês de outubro, inicialmente apenas para o ensino médio. Agora o ensino fundamental também vem retomando as atividades presenciais. Ivete Caetano, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), aponta que as escolas possuem diferentes níveis de estrutura para lidar com as medidas sanitárias. “30 escolas de 750 tinham problemas. As escola da Rede Estadual de Ensino são mais estruturadas, são escolas com estrutura mais moderna e recente” explica.
Um levantamento feito pelo sindicato aponta que 57 escolas já possuem casos confirmados e outras ainda esperam os resultados dos testes. Uma das escolas onde a situação é grave é a Escola Técnica Estadual (ETE) Arlindo Ferreira dos Santos, na cidade de Sertânia, no interior do estado, onde 62,5% dos trabalhadores testaram positivo para covid-19.
Carla Gonçalves, que é professora da escola e enfermeira, explica que um foi montado um comitê interdisciplinar para monitorar os casos.
“A gente foi estimulado a criar o comitê que está previsto em portaria do estado. A gente quer que todas as escolas tenham e busquem criar o comitê que é de grande ajuda para a gestão e para a comunidade escolar”.
Além de pioneiro, o caso da ETE , é uma exceção. De acordo com o Sintepe, o que tem dificultado o rastreio de casos suspeitos ou confirmados nas escolas é a falta de testes e também de transparência, como relata Ivete.
“Eles nem sabem que existem casos de covid-19 na escola, porque isso não está sendo transparente. Ao contrário, as gestões das escolas dizem que não era bom comunicar a população sobre os casos porque isso iria assustar”, enfatiza.
As aulas da ETE foram interrompidas, mas Carla explica que a readequação da escola para atender às medidas sanitárias está sendo feita.
“Estamos iniciando a implementação do plano de ação e começamos com a solicitação de pedidos emergenciais. a gente ainda não tem previsão para a reabertura do presencial”, conta.
Nesta semana, a categoria se reuniu com o governo estadual, que permitiu o afastamento de trabalhadores com comorbidades ou que convivem com grupos de risco, desde que haja comprovação médica. O sindicato segue fazendo visitas nas escolas para monitorar os casos e o cumprimento das medidas sanitárias.