A PF (Polícia Federal) realizou na manhã de hoje a segunda fase da Operação Postal Off, que no ano passado chegou a prender o ex-deputado federal Indio da Costa (sem partido). A investigação apura desvios e fraudes nos Correios que causaram um prejuízo estimado de R$ 94 milhões à estatal. Na residência de um empresário no Rio de Janeiro, foram encontrados R$ 3,5 milhões em dinheiro.
A operação cumpre 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Praia Grande (SP), São Vicente (SP) e no Rio. Funcionários dos Correios suspeitos de envolvimento no esquema também tiverem mandados de afastamento expedidos e terão restrições ao direito de ir e vir, assim como a obrigatoriedade de comparecimento aos atos do processo, com risco de terem prisão decretada.
Uma foto divulgada pela PF (veja acima) mostra a soma milionária encontrada na casa de um dos alvos da operação – o indivíduo não foi identificado. A apreensão foi realizada na residência de um empresário responsável por algumas agências franqueadas dos Correios que tem vinculação com o núcleo empresarial da organização criminosa investigada na 1ª fase da Operação.
Segundo a PF, o esquema seria baseado em uma organização criminosa que subfaturava valores da estatal, além de desviar importantes clientes dos Correios para si própria no segmento de cartas comerciais. O grupo atuava fazendo com que grandes cargas fossem distribuídas sem faturamento ou com faturamento muito inferior ao devido.
Nesta segunda fase da operação, os principais alvos são um empresário titular de agências franqueada dos Correios e mais sete funcionários da estatal. Os indiciados responderão a crimes como corrupção passiva e ativa, estelionato, violação de sigilo funcional e formação de organização criminosa.
Do total de 12 mandados de busca e apreensão, 6 foram efetivamente cumpridos no Rio (um na Barra da Tijuca, um em Realengo, dois na sede dos Correios, um na Freguesia e um na Gardênia Azul).
Apesar do cumprimento de mandados em São Paulo e Rio de Janeiro hoje, a investigação da Operação Postal Off começou em Santa Catarina, ainda no final de 2018. Foi encontrado no estado catarinense o primeiro indício de crime, que já evidenciava forte atuação do grupo nas federações do Sudeste.
Na primeira fase da operação, além da prisão de Indio da Costa, solto dias depois, também foram cumpridas medidas cautelares que levaram ao bloqueio de bens dos investigados. Isso já garantiu a recuperação de aproximadamente R$ 55 milhões em bens que incluem carros de luxo, um iate, um avião e imóveis de alto padrão.