‘Temos dificuldade na contratação de médicos’, diz governadora do RN sobre combate ao coronavírus

Fátima Bezerra (PT) concedeu entrevista ao Bom Dia RN nesta terça (26). Ela falou sobre investimentos no combate ao coronavírus, plano econômico e também sobre o uso da cloroquina.

Por G1 RN

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Fátima Bezerra em entrevista ao Bom Dia RN — Foto: Reprodução
Fátima Bezerra em entrevista ao Bom Dia RN — Foto: Reprodução

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), concedeu entrevista exclusiva na manhã desta terça-feira (26) ao Bom Dia RN e tratou das ações do Executivo no combate ao novo coronavírus no estado. Na entrevista, ela falou sobre investimentos, ampliação de leitos, plano econômico, uso da cloroquina e citou a preocupação com a dificuldade na contratação de médicos.

“Não basta só ter um respirador, um ventilador, mas a questão de pessoal é fundamental. Nós estamos preocupados agora com um detalhe: a questão dos médicos. Essa é a maior dificuldade que nós estamos tendo de contratação”, explicou Fátima Bezerra.

O governo do RN publicou, inclusive, na edição desta terça-feira (26) do Diário Oficial do Estado (DOE) mais um edital para contratação temporária de 1.138 cargos em que estão incluídos os profissionais da saúde. Desses, 94 vagas são destacadas para médicos. “Por isso que essa nova chamada está saindo no Diário Oficial do Estado de hoje. Para que a gente possa garantir a implementação desses novos leitos”, afirmou.

Cloroquina

Em relação ao protocolo para o uso da cloroquina no Rio Grande do Norte, a governadora disse que a decisão do governo federal em liberar o uso do medicamento até em casos mais leves não altera a forma do tratamento no estado. “É o posicionamento do comitê científico: não muda nada no Rio Grande do Norte. Nós seguimos fielmente a orientação da ciência que diz claramente que não há evidência científica para o uso indiscriminado da chamada cloroquina. Os nossos protocolos não mudaram. A mudança que houve no âmbito federal não altera em nada no estadual”, falou.

Leitos abertos

“Nós conseguimos nesses dois meses de pandemia estruturar mais de 285 leitos dos quais 148 são de UTIs, mesmo durante esse período, diante da dificuldade imensa na aquisição de insumos, do ponto de vista da burocracia, do financeiro”. Segundo a governadora, com a chegada dos novos respiradores mais 35 leitos serão abertos no estado. Ela, no entanto, não deu previsão.

Chegada dos respiradores

A governadora ressaltou a importância dos respiradores enviados pelo governo federal, mas disse que os equipamentos ainda são insuficientes para a demanda do estado. “Os respiradores chegaram ao RN neste domingo. E ainda é insuficiente. Eu estou aqui confiante. O ministro Ramos (Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo) me garantiu que chegam mais 40, mas isso não é suficiente. Agora é evidente que isso é muito importante porque vai garantir ao povo potiguar que a gente possa estruturar a rede hospitalar do ponto de vista de expandir leitos”.

Reabertura econômica

Fátima Bezerra explicou que tem dialogado com o setor produtivo sobre uma reabertura gradual das atividades econômicas, mas que quem decidirá quando isso vai acontecer será o comitê científico. “Nós temos conversado com o setor produtivo e com os trabalhadores dos diversos segmentos. Agora quem dá a linha do ponto de vista das medidas sanitárias é o comitê científico. O setor produtivo nos entregou um plano, que é de retomada gradual das atividades da economia, muito bem fundamentado. E isso está sendo objeto de discussão num grupo menor que eu criei dentro do comitê produtivo”

Fundo Estadual de Saúde

“O Fundo Estadual de Saúde tem nesse exato momento R$ 136,6 milhões dos quais 77,7 milhões são oriundos do governo federal, 53,2 milhões oriundos do governo estadual e R$ 6,6 milhões de doações de pessoas físicas, jurídicas e empresas. Desse total, foi empenhado R$ 95,7 milhões, sendo R$ 45,9 mi do governo federal e R$ 45,4 mi do governo estadual”. O restante do valor utilizado foi das doações.

Queda na receita

“De abril até agora nós tivemos uma queda de receitas próprias de R$ 310 milhões. O governo federal até agora só repassou R$ 40 mi fruto do FPE/FPM (Fundos de Participação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios). O auxílio federativo que foi aprovado no Congresso Nacional lá se vão 20 dias e o presidente (Jair Bolsonaro) ainda não sancionou. Nós esperamos que o compromisso que ele assumiu seja cumprido pra que essa compensação do ICMS e do ISS venha para que nós possamos mitigar os impactos diante das perdas que estamos vivendo”.

Fiscalização

“O decreto (de restrição) é de caráter estadual, mas tem determinadas iniciativas que são de competência dos municípios. No último decreto, nós havíamos sugerido que nos finais de semana fechassem o acesso à orla com o intuito daquilo que nós precisamos urgentemente que é elevar o nível de isolamento social. E evidentemente que essa medida contribui pra isso. Eu inclusive conversei com o prefeito (de Natal, Álvaro Dias) no fim de semana. Disse a ele que o governo do Estado está de prontidão do ponto de vista de ajudar no cumprimento dessas medidas.”

Veja o vídeo da entrevista aqui.

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