O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu abrir uma investigação para apurar os gastos de Jair Bolsonaro com o cartão corporativo, atendendo a um pedido do senador Fabiano Contarato (PT-ES).
O parlamentar apontou um “aumento considerável” das despesas nos últimos anos e um possível uso indevido dos recursos públicos. A apuração do caso será coordenada pelo ministro Antonio Anastasia, que acaba de tomar posse no tribunal.
Segundo levantamento feito pelo jornal O Globo, entre janeiro de 2019, quando assumiu a presidência, e dezembro de 2021, Bolsonaro gastou com os 29 cartões destinados a cobrir suas despesas pessoais e de sua família R$ 29,6 milhões, valor 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões gastos durante 4 anos entre os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).
Somente em dezembro de 2021, quando Bolsonaro tirou férias e foi curtir praias e pescaria, os gastos com cartões corporativos somaram R$ 1,5 milhão, maior valor para um único mês durante os 3 anos de seu mandato. Ao longo de todo o ano de 2021, foram torrados R$ 11,8 milhões nestes cartões, o que representa o maior valor nos últimos 7 anos.
“A atual gestão vem utilizando os cartões corporativos de modo indiscriminado e com pouca responsabilidade fiscal, o que contrasta com a grave situação em que vivem as contas públicas do governo federal”, escreveu o senador no pedido.
Bolsonaro anunciou que fará nesta quinta-feira (3) uma transmissão com o “caboclo que administra cartão corporativo” para explicar seus gastos.