Ceará-Mirim

Site The Intercept Brasil divulga a compra de uma liminar por R$ 750,00, em Ceará-Mirim

Levantamento inédito mostra que o conselho investigou 14 desembargadores e sete juízes pelo comércio de liminares, sentenças e habeas corpus desde 2005. Ilustração: Amanda Miranda/The Intercept Brasil

Levantamento inédito mostra que o conselho investigou 14 desembargadores e sete juízes pelo comércio de liminares, sentenças e habeas corpus desde 2005. Ilustração: Amanda Miranda/The Intercept Brasil

Nesse final de semana Ceará-Mirim foi notícia nacional e internacional, através do site The Intercept Brasil. Na matéria publicada no site sobre a venda de decisões judiciais por juízes e desembargadores, foi relatado um caso aqui no RN. De acordo com a publicação “Em Ceará-Mirim, o negócio era no atacado, e o juiz José Dantas de Lira se contentava com receber R$ 750 por liminar – valor ainda dividido com outras cinco pessoas”.

As revelações dão conta de um esquema envolvendo o ex-juiz José Dantas de Lira, seu filho, um advogado, dois corretores de empresas de empréstimos e um funcionário do Tribunal de Justiça do RN. Todos faziam parte de um “consórcio” para ganhar um extra. “A margem era pequena, mas eles lucravam na quantidade de liminares, que saíam entre R$ 750 e R$ 1,8 mil cada. Em seis meses, por exemplo, Lira concedeu 22 liminares a apenas três pessoas”.

“Os corretores cooptavam, segundo a investigação do CNJ, servidores sabidamente endividados e apresentavam os possíveis clientes ao advogado Ivan Holanda Pereira. Amigo do juiz, era ele quem preparava as ações, mas, para evitar que o magistrado tivesse que se assumir impedido de julgar os casos devido à amizade pública entre os dois, as peças eram assinadas por outros advogados. Como a maioria dos servidores vivia em Natal e as ações judiciais precisavam ser julgadas pela comarca de Ceará-Mirim para o esquema funcionar, o advogado ainda falsificava os endereços dos clientes.

As reuniões do grupo aconteciam no escritório do filho do juiz, e a contabilidade ficava por conta de um assessor, funcionário do tribunal. Somente de 2007 a 2009, o Ministério Público do Rio Grande do Norte descobriu que foram movimentados mais de R$ 3 milhões na conta de um dos envolvidos no esquema. Lira foi condenado em 2017 a aposentadoria compulsória”.

Clique aqui e veja matéria completa no Intercept Brasil.

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