Queijeiro do Seridó vai disputar competição na França

Produtor coloca na rua 160 quilos de queijo de coalho diariamente

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FOTO: JOÃO VITAL/GOVERNO CIDADÃO

O legítimo queijo do Seridó do Rio Grande do Norte embarca nos próximos dias rumo à 4ª edição da Mondial Du Fromage – Et Des Produits Laitiers em Tours, na França, uma competição internacional de queijo. O queijeiro Lucenildo Firmino, de Tenente Laurentino, e a pesquisadora Adriana Lucena representarão o RN na competição que envolve 38 países. Nessa quinta-feira (23) eles se encontraram com a governadora Fátima Bezerra e o secretário Fernando Mineiro para agradecer o incentivo.

O Governo do Estado, por meio do projeto Governo Cidadão, está patrocinando a ida do queijeiro, enquanto Adriana está viajando com apoio do Sebrae. Convidada pela organização do evento para participar, Adriana escolheu o queijo de Firmino para representar o estado na competição, depois das premiações nacionais conquistadas por ele em 2017 e 2018 no Prêmio Queijo Brasil. A competição acontece entre 2 e 4 de junho próximos.

“É um orgulho muito grande poder levar o queijo do Seridó para a França, para que pessoas de todo o mundo conheçam. É um grande reconhecimento para nós produtores”, celebra Lucenildo, mais conhecido como Galego. Ele também é um dos beneficiados pelo Edital de Leite e Derivados lançado pelo Governo do Estado, com recursos do acordo de empréstimo com o Banco Mundial, e nos próximos meses terá sua queijeira construída e equipada, prontinha para obter a tão sonhada certificação.

A governadora Fátima Bezerra registrou o orgulho de o Rio Grande do Norte ter um pequeno produtor levando seu queijo para um evento deste porte. “É uma honra saber que o Governo do Estado incentiva e apoia produtores como você e contribui de alguma maneira para desenvolver sua atividade. Parabéns por mostrar ao mundo inteiro o queijo do Seridó”, disse.

O secretário de Gestão de Projetos Fernando Mineiro foi um dos maiores defensores da ida do queijeiro até a França. “Incentivar o pequeno produtor, mostrar novos caminhos, abrir mercado são ações prioritárias para o governo quando se trata da agricultura familiar. Temos trabalhado para fortalecer nossos produtores e a participação em um evento como esse, depois de várias premiações nacionais, é um reconhecimento e também é fundamental”, acrescenta.

Saiba mais

O evento de alcance mundial é um marco na história do produtor, que coloca na rua 160 quilos de queijo de coalho diariamente. O item é produzido de maneira artesanal, na zona rural de Tenente Laurentino Cruz, com ajuda da esposa e de dois funcionários. Mas esse número vai mais do que dobrar quando a queijeira de Galego estiver construída e certificada.

O equipamento terá capacidade para processar até dois mil litros de leite, podendo ser em dois circuitos em turnos diferentes, totalizando quatro mil litros diários. O que na produção de Galego significa em torno de 360 quilos de queijo de coalho, além de uma pequena parcela de queijo de manteiga e manteiga de garrafa. Um dos maiores sonhos do produtor é ampliar mercado e conseguir eliminar a figura do atravessador de seu negócio.

Quando a nova queijeira estiver pronta, ele quer ampliar a produção e gerar mais empregos. “Hoje onde trabalho não é um lugar bonito de se ver, o ponto não é meu. Com esse projeto, abriu-se uma baita de uma porta, uma coisa que não sei nem explicar o que significa. Vou receber uma queijeira pronta, toda bonitinha, que eu só vou entrar pra fabricar meu queijo. É um sonho realizado”, comemora.

A queijeira Serra de Santana vai receber R$ 365 mil em investimentos, entre obras e equipamentos. No total, os recursos aplicados nas 39 queijeiras somam R$ 23 milhões e são oriundos do Edital de Apoio à Cadeia Produtiva do Leite e Derivados da Agricultura Familiar, lançado com intuito de dar apoio financeiro e técnico às organizações que produzem leite e derivados no Seridó.

O objetivo é a regularização sanitária das queijeiras por meio da adequação da infraestrutura, aquisição de maquinário e equipamento necessário, melhoria na logística do transporte, comercialização e capacitação dos funcionários da comunidade. A regularização é importante para que as cooperativas recebam o selo das instituições sanitárias vigentes: Serviço de Inspeção Municipal; Instituto de Defesa e Inspeção Sanitária (IDIARN); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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