O número de pessoas em situação de vulnerabilidade social e que recebem algum benefício do governo federal quadruplicou em 2020. Passou de 20,57 milhões para 85,29 milhões do ano passado para cá, segundo dados do Portal da Transparência.
O levantamento foi feito com pessoas que recebem o auxílio emergencial, o Bolsa Família, o BPC (Benefício de Prestação Continuada), o Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e o Seguro-Defeso.
Em 2019, eram assistidas por algum desses benefícios 10,8% da população brasileira. A proporção passou para 44,8% neste ano.
Quase a totalidade dessa alta está relacionada ao auxílio emergencial, que é o pagamento do governo às pessoas em situação de vulnerabilidade no período de pandemia de covid-19. São 65,2 milhões de beneficiados somente com esse programa.
O Poder360 já mostrou que o auxílio supera o número de trabalhos com carteira assinada em 25 Estados. Também publicou que o número de beneficiários do Bolsa Família é maior do que a quantidade de empregos formais em 10 Estados.
Os dados revelam grande dependência da população brasileira por auxílios do governo federal, que, por sua vez, são custeados com recursos públicos –arrecadados pela União.
O desembolso do governo federal com os programas de assistência disparou de R$ 97,96 bilhões em 2019 para R$ 162,35 bilhões em 2020 (segundo os dados mais atualizados). O aumento de gastos se dá num momento em que o governo estuda a criação do Renda Brasil, que pretende englobar o Bolsa Família e outros seguros assistenciais.
De acordo com os dados públicos, mais de a metade da população de 15 Estados brasileiros recebe algum benefício do governo federal. Todos são do Norte ou Nordeste. Destacam-se Roraima (66,2%), Amapá (63,7%), Acre (60,7%) e Pará (60,6%). Em Santa Catarina, só 29,1% dos moradores são beneficiários de algum programa.
VALOR MÉDIO POR BENEFÍCIO
O governo gastou R$ 1.926, em média, por favorecido em 2020 com os benefícios. Os contemplados do Amapá são os que recebem maior quantia na média: R$ 2.116. Em Santa Catarina está o menor valor médio (R$ 1.747).
O BPC (Benefício de Prestação Continuada) é o que pagou o maior valor médio por favorecido em 2020: R$ 6.038. O auxílio contempla 4,8 milhões de brasileiros e é com base no salário mínimo.