Em transmissão ao vivo pelo Facebook na noite desta quinta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a indicação de seu próprio filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
A possível nomeação tem sido alvo de críticas de internacionalistas e diplomatas, que acusam o presidente de nepotismo. Ao longo dos últimos dias, Bolsonaro procurou enaltecer as supostas credenciais do filho para nomeá-lo como embaixador, mas desta vez escancarou que a medida visa beneficiá-lo – algo que, essencialmente, caracteriza o nepotismo.
“É filho meu, pretendo beneficiar, sim”, disparou.
Não satisfeito, Bolsonaro ainda foi além. “Se eu puder dar o filé mignon para o meu filho, eu dou”, declarou, ponderando, de forma incoerente, que não está sendo nepótico. “Mas não tem nada a ver com filé mignon essa história aí. É, realmente, nós aprofundarmos um relacionamento com um país que é a maior potência econômica e militar do mundo”, completou.
Escandaloso! Bolsonaro admite querer beneficiar seu filho ao indicar para Embaixada. Não é nepotismo? pic.twitter.com/cOI5OdKyBy
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) July 19, 2019
Não fizeram nada de bom
Na quarta-feira (17), também defendendo a indicação do próprio filho para a embaixada, o presidente chegou a disparar contra outros embaixadores brasileiros que trabalharam em Washington.
“Não fizeram nada de bom desde 2003”, disse.
A declaração gerou inúmeras reações. Uma delas foi a do deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ), que é diplomata por formação e atuou na embaixada do Brasil no México.
“Inadmissível o ataque de Jair Bolsonaro aos valorosos Embaixadores que serviram nos EUA. É mesquinho e deplorável que, em defesa da imoral nomeação de seu filho, Bolsonaro se preste a esse papel odioso de ferir a reputação de servidores públicos honrados e a do Itamaraty”, escreveu o parlamentar pelo Twitter.
Para ser concretizada, a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada precisa ser aprovada pelo Senado.