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Ministério da Saúde não manda soro antirrábico para o RN, e estoque fica zerado

Vacinas antirrábicas estão zeradas no RN, e as antiveneno quase no fim | Foto: José Aldenir / Agora RN

Vacinas antirrábicas estão zeradas no RN, e as antiveneno quase no fim | Foto: José Aldenir / Agora RN

Beatriz Cordeiro | Agora RN

O Hospital Giselda Trigueiro informou que tem faltado soro antiveneno e antirrábico nos hospitais potiguares que dispõem de estoque. A quantidade começou a diminuir drasticamente há cerca de três meses.

O Giselda Trigueiro, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, toxicológicas e de ataques por animais peçonhentos, é a única unidade de Natal, e uma das quatro do estado que ainda possui um pequeno estoque de soro antiveneno. Os estoques de soro antirrábico, porém, acabaram totalmente e seu tratamento alternativo, a imunoglobulina, também já está no fim.

A subcoordenadora de vigilância ambiental da Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesap), Aline Rocha, informou que a situação no abastecimento do estado está em estado crítico. Em relação ao soro antiveneno, utilizado para lidar com o ataque de animais peçonhentos, como cobras, aranhas ou escorpiões, não existe um tratamento alternativo.

A subcoordenadora contou que na terça-feira, 2, um quantitativo suficiente para o atendimento de cerca de 20 a 25 casos graves foi recebido. Mas a quantidade ainda não é suficiente para atender às demandas do estado.

Aline esclareceu que essa situação já vem se arrastando por alguns meses, e que a Sesap vem recendo do Ministério da Saúde, órgão responsável pela distribuição dos soros, apenas um terço do que lhe é solicitado.


Outro ponto crítico é o abastecimento do soro antirrábico, que neste momento está zerado. Aline explica que o atendimento para quem contrai o vírus da raiva consiste em soro e quatro doses de vacina.

Na falta do soro, a imunoglobulina é utilizada para tratar as contaminações. Entretanto, a quantidade de imunoglobulina também está limitada. Hoje, ela é suficiente somente para dez atendimentos em adultos.

Conforme justifica a subcoordenadora, o problema é nacional. Segundo ela, o Ministério da Saúde está com dificuldades para fazer a distribuição, já que o seu próprio estoque é pequeno.

A Sesap está tomando algumas providências com relação à situação: sensibilização da população quanto à prevenção, criação de um protocolo mais rigoroso de atendimento e diminuição na quantidade de hospitais que possuem os soros – hoje, além do Hospital Giselda Trigueiro, os Hospitais Regionais de Caicó, Pau dos Ferros e Mossoró são as outras unidades que possuem o medicamento.

Diante da falta de soros, a Sesap apela para o foco na prevenção. “Não fazer trilhas; trabalhadores rurais devem estar sempre com o equipamento de proteção, evitar manusear animais de rua”, enumera Aline Rocha.

Em 2018 foram contabilizados 3.234 casos de ataque de animais peçonhentos no Hospital Giselda Trigueiro. Em média, o hospital atende 300 casos de pacientes com risco de raiva por mês.


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