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Lais/UFRN recomendará flexibilização do uso de máscara em novembro

Com o avanço positivo da vacinação e a queda nos índices de mortes e casos graves da Covid-19 no Rio Grande do Norte, começam a surgir questionamentos sobre a volta de alguns hábitos e comportamentos que precisaram ser adotados ou suspensos durante a pandemia do novo coronavírus. Uma das perguntas mais frequentes é até quando teremos que usar máscaras, o que parece incomodar muita gente. O retorno seguro às aglomerações, em show e eventos, sem o distanciamento social, também está entre questionamento.

O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, prevê tornar o uso de máscaras não mais obrigatório no Rio Grande do Norte quando forem atingidos 70% da população adulta completamente vacinados. A ideia, segundo o cientista Ricardo Valentim, diretor executivo do Lais, é desobrigar o uso de máscaras em ambientes abertos quando esse índice for atingido – o que deve acontecer na primeira semana de novembro, de acordo com o pesquisador.

Ele alerta, porém, que ambientes abertos não significa ambientes como shoppings e supermercados, por exemplo. Andar sem máscara nesses ambientes só quando forem atingidos quando forem atingidos 85% de adultos com o esquema vacinal totalmente concluído. Atualmente, segundo Ricardo Valentim, o RN está com 66%.

“É muito provável que a gente chegue aos 70% no início de novembro. Na primeira semana de novembro, é provável que a gente esteja com 70% de nossa população adulta, 18 anos e mais, totalmente vacinada. É importante que o Governo do Estado crie essas marcas para poder estimular também as pessoas a tomarem a vacina”, comenta Valentim, ilustrando a desobrigação do uso de máscaras tal qual um bônus a que se tem direto ao atingir determinada meta – no caso os 70%.

“Quando a gente alcançar os 70%, em ambientes abertos, as pessoas serão desobrigadas. Não é obrigado a tirar; é desobrigado a não usar. Quem não se sente seguro, pode usar. Mas em ambiente aberto, no parque, na rua, caminhando no calçadão de Ponta Negra, não precisa usar máscara. Agora, vai pegar o transporte público? Coloca a máscara. Vai andar no Uber? Coloca a máscara. Vai entrar no shopping? Coloca a máscara. Vai no supermercado? Coloca a máscara. Porque é um ambiente fechado, as pessoas estão mais próximas, então aumenta o risco”, exemplifica o diretor executivo do Lais.

Eventos de fim de ano

À medida em que se aproxima o fim de ano, começam a ser anunciados shows e eventos comemorativos dessa época do ano, como Carnatal e o Natal em Natal, por exemplo. Mas à medida em que as estruturas estão sendo montadas, alguns países, sobretudo na Europa, começam a registrar altas nos índices de contaminação da Covid-19. Aliado a isso, o Rio Grande do Norte tem aparecido em alta nos casos por dias seguidos no mapa do consórcio dos veículos de imprensa. Afinal, existe risco de nada disso acontecer e vermos essas celebrações serem adiadas?

Ricardo Valentim esclarece que risco sempre há, afinal há um vírus circulando e um processo de imunização em andamento, e é preciso levar em consideração vários fatores. Mas é fundamental observar as estratégias de combate. “Primeiro é olhar para o quadro assistencial. E o que ele diz hoje para gente hoje, sociedade? Que se esse evento fosse hoje, ele poderia se realizado. Agora, para ele ser realizado, tem que ampliar as medidas de segurança, porque nós estamos em um contexto hoje diferente de dezembro de 2019, quando a OMS não tinha nem declarado a pandemia ainda.”

Para um evento ocorrer, segundo ele, é preciso haver segurança com relação às taxas de ocupação de leitos de UTI, não ultrapassando 60%, mantendo os índices atuais.

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