Após ter sido submetido a um teste, neste domingo (26/9), para detectar se havia sido reinfectado pela Covid-19, o resultado do exame do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu negativo para a doença. A informação foi confirmada ao Metrópoles.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, também testou negativo para o Sars-Cov-2. O mandatário da pasta realizou o exame, nesse sábado (25/9). Neste domingo (26), ele esteve no Palácio da Alvorada para se encontrar com Jair Bolsonaro (sem partido).
Queiroga infectado
O chefe do Executivo realizou o teste após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter sido infectado pelo vírus. Queiroga integrou a comitiva presidencial que acompanhou Bolsonaro na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que teve início na terça-feira (21/9), em Nova York.
Na quarta (22/9), a Presidência informou que tanto Bolsonaro quanto a comitiva que o acompanhou durante a viagem aos Estados Unidos estavam assintomáticos e seriam submetidos, no fim de semana, a um teste RT-PCR para detectar se haviam sido infectados pela Covid-19. Durante esse tempo, permaneceriam em isolamento.
Além do ministro da Saúde, um diplomata encarregado de organizar a viagem aos Estados Unidos e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) testaram positivo para o novo coronavírus.
Depois dos diagnósticos positivos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que a comitiva que esteve em Nova York fizesse isolamento, incluindo o presidente Bolsonaro. A recomendação fez com que o mandatário do país alterasse as agendas para o formato de videoconferência. Para esta segunda-feira (27/9), ele já tem agenda prevista no Palácio do Planalto.
Sem vacina
Apesar de já estar apto para receber a imunização desde abril deste ano, o presidente ainda não se vacinou contra a Covid-19.
O chefe do Executivo tem afirmado que só receberá a proteção contra o vírus após o último brasileiro ser imunizado.
“Todo mundo já tomou vacina no Brasil? Depois que todo mundo tomar, eu vou decidir meu futuro”, pontuou o presidente na quinta-feira (16/9), em transmissão nas redes sociais.
Segundo levantamento feito pelo Metrópoles, Bolsonaro está entre os 60 chefes de governo dos países integrantes da ONU que não informaram, oficialmente, se foram imunizados contra o novo coronavírus.
Primeira infecção
O presidente Jair Bolsonaro já foi infectado pela Covid-19 em julho do ano passado. Um dia antes do diagnóstico positivo, apresentou febre de 38ºC. Após o resultado do exame, o chefe do Executivo optou por tomar medicamentos sem a eficácia científica comprovada contra o novo coronavírus. Mais de um ano depois, durante discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, na terça, e diante de líderes mundiais, ele voltou a defender o chamado “tratamento precoce”.
Em 6 de julho de 2020, Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto e se dirigiu ao Hospital das Forças Armadas (HFA) para testar se contraiu o vírus.
Após realizar o exame e chegar ao Palácio da Alvorada, o presidente ainda cumprimentou apoiadores, mas manteve certo distanciamento.
“Estou evitando [contato] que eu vim do hospital agora, fiz uma chapa [raio-X] no pulmão – está limpo. Fui fazer o exame da Covid agora há pouco, mas está tudo bem”, disse na ocasião.
No dia seguinte, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que o presidente havia sido infectado. Com diagnóstico positivo, Bolsonaro ficou 18 dias em isolamento. Em 25 de julho do ano passado, informou que um novo teste para a doença havia dado negativo.
“IgG alto”
Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro vinha afirmando que estava “muito bem” ao mencionar o resultado de um exame que realizou para checar o nível de sua Imunoglobulina G (IgG) – positiva em 991 – e sugerir que estava imune contra a Covid-19.
No início do mês, o chefe do Executivo disse que estava tão bem, que estava “muito melhor do que o pessoal que tomou a Coronavac”, numa ironia à vacina chinesa produzida em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
O IgG é uma imunoglobulina, ou seja, um anticorpo, que é produzido a partir do 14º dia do início dos sintomas da doença. Ele costuma ficar no organismo dos indivíduos por muito tempo, o que faz muita gente pensar que ter um “IgG positivo” é sinônimo de organismo imune à infecção.
No caso da Covid-19, no entanto, ainda não há confirmação sobre o período de proteção que a presença dele garantiria ao paciente.