O presidente Jair Bolsonaro não foi recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, logo depois que chegou a Nova York nesta segunda-feira (23). Os chefes de Estado dos dois países ficaram no mesmo hotel, o Intercontinental Barclay, por cerca de duas horas.
Jair Bolsonaro ingressou no estabelecimento por volta das 16h40 e Trump deixou o local perto das 18h40. Trump reuniu-se com os líderes da Coreia do Sul e do Egito.
“O presidente Bolsonaro provavelmente poderá ser recebido pelo presidente Trump na terça-feira”, justificou um assessor do presidente brasileiro.
Um outro auxiliar destacou que o chefe de Estado do Brasil cancelou algumas reuniões bilaterais que teria em Nova York a fim de não aparentar que privilegiou em sua agenda certas autoridades de países em detrimento de outras.
“O presidente Trump ofereceu ao presidente Bolsonaro algumas alternativas de horários para reuniões que estão sendo avaliadas”, apontou a fonte do governo brasileiro.
Mais cedo, Trump foi questionado nos corredores da sede da Organização das Nações Unidas (ONU) se pretendia se reunir com o brasileiro. O americano evitou responder a pergunta.
Na última sexta-feira (20), Bolsonaro anunciou que planejava participar de um jantar com Trump em Nova York, que será oferecido pelo presidente americano a chefes de Estados aliados.
A confirmação teria ocorrido após a promessa de que Trump faria gestos de proximidade em relação ao brasileiro no evento, como elogios e um assento próximo ao chefe de Estado americano.
Pressionado
Embora seja conhecido por seus discursos e ataques contra povos indígenas, Jair Bolsonaro circulou nos corredores do hotel com um colar indígena. O presidente pretende passar para o mundo a imagem de que se preocupa com o meio ambiente.
Em meio à crise da Amazônia, inclusive com grandes repercussões internacionais, o presidente tenta a todo custo melhorar a ideia de que possui uma política negligente em relação ao meio ambiente.
Bolsonaro ficou sob pressão de líderes e organizações internacionais devido ao afrouxamento de mecanismos de fiscalização do meio ambiente. Ele defende, inclusive, a revisão da política de demarcação de terras indígenas.
Dores
O Planalto afirmou que durante o voo de Brasília para Nova York, o presidente Bolsonaro sentiu dores na região da cirurgia realizada no dia 8 de setembro que o levaram a ter que descansar no quarto reservado do avião.
Bolsonaro ficou no hotel nesta segunda-feira com um grupo pequeno de ministros com quem revisou seu discurso que fará na abertura da Assembleia-Geral da ONU.
“O presidente será direto e passará a mensagem que acredita serem as mais adequadas, que inclusive tem seu estilo”, comentou uma fonte, sem dar detalhes sobre os temas que serão abordados no pronunciamento.
com informações de AE