O número de mortos por Covid-19 no Brasil – que ultrapassou 400 mil nesta quinta-feira (29) – impressionam os profissionais de saúde. O cardiologista e presidente do Instituto do Coração (InCor), Roberto Kalil Filho, disse que estamos no meio de uma tragédia.
“Ninguém poderia imaginar, era inimaginável em março do ano passado que chegaríamos a 400 mil mortos hoje. As pessoas parecem não ter consciência da tragédia que ainda estamos”, afirma.
Kalil – que estreia na próxima quarta-feira (5) o “CNN Sinais Vitais” – avalia a evolução da doença. “É um vírus altamente agressivo. Esse ano começou com uma cepa mais agressiva, atingindo uma população mais jovem. Achava-se também que seria uma doença pulmonar, mas se mostrou uma doença sistêmica, atinge vários órgãos. Ou seja, é muito mais séria do que se imaginava”.
Outra preocupação é com quem sobrevive. “Estamos nos deparando também com a síndrome pós-Covid, sequelas do Covid pós-doença. Dependendo da gravidade de quem ficou internado e se recuperou, o índice de mortalidade em 6 meses após a alta é grande. Praticamente 60% das pessoas terão sequelas, maiores ou menores, apontam estudos. É um problema de saúde pública também”, alerta.
Para o cardiologista, é hora de focar em salvar vidas. “Nós médicos, profissionais da saúde, temos que nos preocupar não com a CPI (da Pandemia) ou com quem errou, nesse momento a preocupação é minimizar as mortes e contaminações. A única arma é a vacinação em massa, precisa ter vacina o quanto antes”.