Famílias circenses sobrevivem à pandemia com venda de doces nas ruas da Grande Natal

Fonte: G1RN

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Há cinco meses, os espetáculos circenses tiveram que parar por causa da pandemia do novo coronavírus. O circo do palhaço Xereta estava em Campina Grande, na Paraíba, quando a quarentena foi decretada. Natural de Parnamirim, na Grande Natal, o palhaço trocou o picadeiro pelas ruas. A solução encontrada por Josemar Soares, que tem mais de 30 anos como artista de circo, foi vender balinhas no trânsito, na Avenida Ayrton Senna, no bairro de Nova Parnamirim.

“A gente vive dos aplausos, do sorriso e do reconhecimento do público. Essa foi a forma que eu consegui uma renda extra para sobreviver, até porque a roupa de palhaço já estava muito tempo guardada, quase fedendo a mofo, então também foi a oportunidade de vesti-la novamente”, conta Josemar.

Na zona Norte de Natal, outros artistas estão se reinventando nesse período sem espetáculos. A família Saturno desarmou a lona do circo em março. Instalados no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, os irmãos estão vendendo maçã do amor e algodão doce pelas ruas dos bairros vizinhos.

“A alternativa que a gente encontrou foi usar o carro de som para vender os produtos que, normalmente, a gente vendia em dia de espetáculo. Meu irmão vende em Natal e, eu, no interior, onde o circo Saturno já passou. O pessoal ajuda, mas o que eu queria mesmo era voltar a trabalhar no circo”, explica Nadeivison Saturno, o palhaço Xulipa.

O patriarca da família tem mais de 40 anos de dedicação ao circo. Como Palhaço Para-brisa, Nazareno Saturno criou os sete filhos com a renda dos espetáculos e agora precisou desarmar a estrutura que não tem data prevista para receber plateia. “Essa é a experiência mais difícil em toda a minha trajetória artística. É muito triste ver meus filhos indo para o semáforo fazer malabares, vendendo maçã do amor nas ruas, ou trabalhando na construção civil. A gente agradece cada ajuda, mas todos nós queremos voltar a fazer o que mais amamos: arte”, enfatiza Nazareno.

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