Através do aplicativo de mensagens WhatsApp, grupos de estelionatários estão utilizando nomes e dados de agentes públicos do Rio Grande do Norte para atrair vítimas e aplicar golpes. Os criminosos conquistam confiança dos interlocutores e passam a pedir dinheiro. O surgimento de casos recentes é alvo de investigações por parte da Polícia Civil.
Em pouco mais de uma semana, dois secretários municipais tiveram os nomes envolvidos em esquemas semelhantes de fraudes. O caso mais recente foi divulgado nesta segunda-feira, 13, quando o titular da pasta de Meio Ambiente e Urbano, Daniel Nicolau, publicou nota oficial para negar que esteja pedindo dinheiro para diversos empresários da cidade.
Antes disso, no dia 8 de maio, foi a vez da Secretaria de Mobilidade Urbana, Elequicina dos Santos, precisar vir à público para refutar a informação de que, através de mensagens telefônicas, estava pedindo contribuições para ajudar financeiramente uma empresa.
Já na sexta-feira, 10, o alvo dos estelionatários foi o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales, que teve o nome utilizado para pedir dinheiro à empresários ligados à entidade de classe.
Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, alguns procedimentos investigativos já foram abertos em delegacias distritais. A quantidade de inquéritos e os locais das unidades não foram divulgados, segundo a assessoria, para não atrapalhar o trabalho investigativo.
Além disso, a Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD) está monitorando o trabalho feito pelas delegacias distritais. Não está descartada a possibilidade de a unidade ficar à frente das investigações.
Como funciona o golpe?
De acordo com as denúncias, a vítima recebe mensagem via aplicativo WhatsApp, vinda de um número de telefone que supostamente pertenceria a uma determinada empresa de comércio eletrônico, informando ser necessário repassar um código enviado via SMS para validar um anúncio.
Após o recebimento da mensagem de texto com um código de seis dígitos, acreditando ser referente ao anúncio no site da empresa, a vítima repassa o código como solicitado. Esta manobra permite que o aplicativo de mensagens da vítima seja desabilitado e habilitado no aparelho celular do estelionatário, sendo que a vítima não consegue perceber o golpe, uma vez que sua linha de telefônica permanece funcionando regularmente.
A partir disso, utilizando o aplicativo de mensagens da vítima, o golpista se passa pela vítima e inicia o envio de mensagens para os contatos mais próximos, contando histórias fantasiosas, em que pede um empréstimo em dinheiro a ser depositado em uma conta indicada pelo estelionatário.
Como se proteger?
A dica da delegacia é, no aplicativo “WhatsApp”, acessar a opção “verificação em duas etapas” nas configurações do aplicativo, e, após isso, inserir uma senha de segurança. A ação impede o “sequestro” do aplicativo de mensagens, pois o estelionatário precisa ter conhecimento dessa senha, cadastrada durante a verificação em duas etapas.
O usuário não deve repassar o código para outras pessoas e, além disso, os conversas só podem ser mantidas com números que constam na agenda telefônica. Além disso, é fundamental confirmar a veracidade do pedido.
Caso ocorra a fraude, a vítima não precisa cancelar sua linha telefônica, é necessário apenas que entre em contato com o aplicativo Whatsapp através do email: suport@whatsapp.com, para que sua conta seja bloqueada e depois restaurada. Após tais medidas, procure a delegacia mais próxima para realização do competente registro de ocorrência para apuração dos fatos.