O Diário Oficial publicou, na sexta-feira (3), a nomeação do ex-presidente da Turisrio e do Rio Convention Bureau Paulo Senise para a presidência da Embratur.
Já sentado em sua mesa, na sede da Embratur, Senise foi surpreendido pela anulação de sua nomeação. Para o seu lugar, Bolsonaro colocou Gilson Machado Neto.
Machado Neto é conhecido como sanfoneiro, integrante da banda de forró eletrônico Brucelose e foi apoiador de Bolsonaro na campanha.
Além disso, é dono de uma pousada em Alagoas que foi autuada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) por infringir regras de turismo sustentável.
Multa ambiental
A sua pousada, localizada na praia do Toque, Litoral Norte de Alagoas, está dentro de uma Área de Proteção Ambiental (APA) Costa do Corais, a maior unidade de conservação federal marinha costeira do país e sua área localiza-se entre os estados de Pernambuco (PE) e AL, com mais de 400 mil hectares e cerca de 120 km de praia e mangue.
Gilson Neto foi multado em R$ 3.500 por descumprir as normas da área de proteção. Em um processo instaurado em 2016, ele foi autuado por desobedecer a notificação de retirar tendas e bangalôs da praia durante a noite. A retirada dos bangalôs consta no plano de manejo da APA, regra criada para proteger o local de desova de quelônios, a fauna e o habitat local, as aves migratórias do local e minimizar a poluição.
Notificado a respeito, Gilson Neto afirmou que as estruturas eram recolhidas à noite, entretanto a fiscalização do ICMBio constatou que isso não ocorria e aplicou o auto de infração. Como medida cautelar, foram destruídas sete tendas/bangalôs. Ele recorreu e o processo aguarda ser julgado.
Retaliação
No início do governo Bolsonaro, Gilson foi indicado para a Secretaria de Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente.
O analista ambiental Iran Normande, responsável pela multa à sua pousada, foi exonerado no dia 31 de janeiro da chefia da APA (Área de Proteção Ambiental) Costa dos Corais, em Alagoas.
Machado Neto já é o terceiro presidente da Embratur do governo Bolsonaro, em cinco meses e meio de existência.
Com informações da coluna de Lauro Jardim