O ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou texto nesta quarta-feira (31) repreendendo o golpe dado pelos militares há 57 anos: “tortura, cassações e censura são coisas de ditaduras, não de democracias”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, divulgou texto nesta quarta-feira (31), dia em que o golpe militar completa 57 anos, para repreender movimentos autoritários e afirmar que “ditaduras vêm com intolerância, violência contra os adversário e falta de liberdade”.
Na mensagem, endereçada às “novas gerações”, o ministro diz que só afirma que não houve ditadura no Brasil quem não viu “um adversário do regime que tenha sido torturado, um professor que tenha sido cassado ou um jornalista censurado”.
Barroso destacou que durante o regime militar não havia eleições e que a redemocratização do país após a ditadura representou o maior progresso social do Brasil. “As regras eleitorais eram manipuladas. Ditaduras vêm com intolerância, violência contra os adversários e falta de liberdade. Apesar da crise dos últimos anos, o período democrático trouxe muito mais progresso social que a ditadura, com o maior aumento de IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] da América Latina”.
“Os jornais eram publicados com páginas em branco ou poemas. Os compositores tinham que submeter previamente suas músicas ao departamento de censura. A novela Roque Santeiro foi proibida e o Ballet Bolshoi não pôde se apresentar no Brasil porque era propaganda comunista. Tortura, cassações e censura são coisas de ditaduras, não de democracias”, lembrou o ministro.