A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) aceitou o pedido da Procuradoria Geral da Casa para dar andamento ao processo de impeachment do governador Wilson Lima (PSC), e do vice dele, Carlos Almeida (PTB). O anúncio foi feito durante sessão plenária dessa terça-feira (07).
Durante a Operação Sangria, realizada pela Polícia Federal em 30 de junho, Wilson Lima foi apontado como tendo participação direta em compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresas e lavagem de dinheiro. Após a denúncia ser apresentada pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Vianna, o impeachment foi incluído na pauta da Aleam.
O presidente da casa, deputado Josué Neto (PRTB), estabeleceu o prazo de 24 horas para que os líderes dos partidos apresentem os nomes indicados que irão compor a Comissão Especial que vai analisar o processo. Com a formação do grupo, haverá o prazo de 48 horas para determinar a eleição do presidente e relator do caso. Em 10 dias, Wilson Lima e Carlos Almeida deverão apresentar sua defesa prévia das acusações.
Por meio de nota, o governador afirmou que a decisão de aceitar o processo foi tomada de forma solitária pelo presidente da Aleam, “com o claro interesse de promoção política, tendo em vista as eleições que se aproximam e para com as quais já tornou públicas suas pretensões.”
Além disso, Lima considera que o pedido não sustenta a existência de crimes de responsabilidade, “não tendo, portanto, qualquer amparo legal.”
Íntegra da nota do governador
“O governador Wilson Lima afirma que o pedido de impeachment que tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) está sob análise jurídica. Ele reafirma que a decisão de aceitar o processo foi tomada de forma solitária pelo presidente da Assembleia Legislativa, com o claro interesse de promoção política, tendo em vista as eleições que se aproximam e para com as quais já tornou públicas suas pretensões.
O governador considera, ainda, que o pedido de impeachment não apresenta argumentos ou fatos que apontem para crimes de responsabilidade, não tendo, portanto, qualquer amparo legal. Wilson Lima também reafirma que acredita na democracia e que a decisão da maioria, demonstrada por meio do voto popular, deve ser respeitada.”