De Dallas, nos Estados Unidos, onde foi receber homenagem acompanhado de um grupo de ministros e deputados aliados, Jair Bolsonaro acusou os promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro de fazerem “um esculacho” em cima do filho, o senador Flávio Bolsonaro, para prejudicar o seu governo.
“Façam justiça! Querem me atingir? Venham pra cima de mim! Querem quebrar meu sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não vão me pegar”, afirmou.
Demonstrando irritação – ele chegou a agredir verbalmente uma repórter da Folha de S.Paulo -, Bolsonaro, que viajou nesta quarta-feira (15) e visitou museu e um bar ao lado de amigos, como Marco Feliciano (Podemos/SP) e Hélio Negão (PSL/RJ), disse que “grandes setores da mídia, ao qual vocês [repórteres] integram, não estão satisfeitos com o meu governo que é um governo de austeridade, é um governo de responsabilidade com o dinheiro público, é um governo que não vai mentir e não vai aceitar negociações, não vai aceitar conchavos para atender interesse de quem quer que seja. E ponto final”.
O capitão ainda classificou como “escandaloso” a quebra de sigilo bancário de 88 servidores que passaram pelo gabinete do filho Flávio, quando ele era parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
“Desde o começo do meu mandato o pessoal está atrás de mim o tempo todo, usando a minha família, quebram o sigilo de uma ex-companheira minha, que eu estou separado há 11 anos dela, que nunca foi empregada no gabinete isso. Por que isso? Eu me pergunto, por que isso? Qual a intenção disso? 93 pessoas? Eu não quero acusar outras pessoas de nada não, mas está escandaloso esse negócio, tá escandaloso.”
“Jogadinha”
O presidente afirmou que o Ministério Público quebrou o sigilo de seu filho “desde o ano passado” e que os investigadores agora querem dar “um verniz de legalidade” às apurações.
“É a jogadinha, quebraram o sigilo bancário dele [Flávio] desde o ano passado e agora, para dar um verniz de legalidade, quebraram oficialmente o sigilo dele. Mais, se eu não me engano, 93 pessoas […] O objetivo, querem me atingir? Quebrou o sigilo bancário desde o ano passado. Isso aí é ilegalidade. O que diz a jurisprudência? Eu não sou advogado, nulidade de processo. Fizeram aquilo pra prejudicar”.
Flávio tentou por duas vezes paralisar na Justiça as investigações do caso, sob o argumento de quebra ilegal de sigilo bancário. O filho do presidente perdeu no STF (Supremo Tribunal Federal) e no Tribunal de Justiça do Rio.