Ceará-Mirim

Carlos Eduardo defende Ciro presidente, diz que pode dialogar com PT e garante: “estou preparado para ser candidato ao Governo ou ao Senado”

O ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) voltou a Natal depois de mais de dois anos morando na praia de Pirangi e avisa que vai retomar as articulações políticas voltadas para as eleições de 2022. Na primeira entrevista após um período de reclusão durante a pandemia e já vacinado com a 1ª dose do imunizante Astrazeneca/Oxford, Carlos Eduardo disse a uma rádio local que está preparado para ser governador ou senador do Rio Grande do Norte.

A pesquisa mais recente divulgada quarta-feira (26) pelo Instituto AgoraSei aponta o ex-prefeito de Natal na 2ª posição na eleição para o Governo, com 19,3% das intenções de voto, atrás apenas da atual governadora Fátima Bezerra (PT). Já na projeção para o Senado, Alves é líder isolado e tem a preferência do eleitorado:

– Estou preparado para disputar o Governo assim como estou preparado para disputar o Senado. O desejo do meu partido é que eu dispute a eleição majoritária (Governo ou Senado)”, disse.

Ele afirmou que ainda é cedo para definir alianças e o cargo que vai disputar em 2022. Sobre especulações em torno de uma eventual composição com o PT, especialmente para o Senado, ele disse que não foi procurado nem procurou membros da sigla para conversa, mas disse que está aberto ao diálogo.

– Não tivemos diálogo com a governadora, nem com Mineiro ou com outros membros do PT. Não procurei nem fui procurado. Institucionalmente, o PDT vai conversar à direita e à esquerda, sem preconceito. Se o PT demonstrar interesse eu converso, sem nenhum problema. Mas a questão das coligações eu acho que é para o ano que vem”, afirmou.

Questionado sobre a performance do governo Fátima e a insistência de um entrevistador para que desse uma nota de 0 a 10 à gestão petista, o ex-prefeito de Natal se recusou a avaliar o governo, lembrando que a pandemia pegou de surpresa até a medicina. Ainda assim, disse que faria diferente:

– Essa questão de nota é muito relativa. Eu fico com minha avaliação de que eu faria diferente. Eu faria uma reforma no Estado, combateria o corporativismo. E com essa situação que estamos vivendo estamos passando por empobrecimento e deteriorização dos serviços públicos. Temos que ver o seguinte: a gente está vivendo um momento extremamente difícil, que é essa pandemia. A medicina foi surpreendida, despreparada para o enfrentamento. Eu imagino o que é ser um governante nesse momento. Do Brasil, dos Estados, municípios, ta certo ? Além de administrar duas tampinhas para 40 garrafas, porque está assim, você tem uma pandemia que faz com que isso crie dificuldades. Você não sentar aqui nessa cadeira e ficar dizer: está muito ruim, eu faria assim, assim, assado”, disse.

Defesa de Ciro e carona de Bolsonaro

Carlos Eduardo defendeu a candidatura à presidência da República de Ciro Gomes, a quem elogiou sobre a participação na elaboração do Plano Real, e rebateu as críticas de que tenha pegado carona em Bolsonaro em 2018.

– Em matéria de carona, se for ver os números de eleição, eu tive 50 mil votos a mais que Bolsonaro em Natal e, no Estado, tive mais de 100 mil votos que ele. Se alguém pegou carona não fui eu”, alfinetou, antes de elogiar o candidato do PDT para a presidência:

Hoje estou com Ciro. Sou um social-democrata, acredito num estado regulador, indutor. O mercado não regula, mas é parceiro do poder público. Ideologicamente eu acredito nessa parceria. Já fiz alianças à direita e à esquerda. Estou com Ciro, o Ciro foi fundamental porque ajudou a consolidar o plano Real, depois teve uma experiência no Ministério da Integração Nacional”, afirmou.

Indagado em quem votaria num eventual 2º turno entre Lula e Bolsonaro, ele saiu pela tangente:

“Não existe essa possibilidade. É Ciro contra um ou outro”, afirmou.

Sobre o resultados da eleição de 2018 na qual ficou em 2º lugar, o ex-prefeito disse que “o resultado do pleito foi bom diante do que a eleição representou para o PT no Nordeste”. E rebateu as críticas de que é um político isolado, com dificuldade de formar alianças:

– Em 2018 o PT ganhou nos 9 estados do Nordeste, ou indicando o governador ou apoiando (o candidato que venceu). Os dois estados que conseguiram ir para o 2º turno foi Sergipe e Rio Grande do Norte. E o que mais resistiu foi o Rio Grande do Norte, com 43%. Então hoje está capilarizado, estou cristalizado em 2º lugar no primeiro cenário”, disse.

Sobre a pandemia, disse que segue a ciência e a medicina. E comemorou o fato de já ter tomado a primeira dose da Astrazeneca/Oxford:

– A vacina é o único remédio”, afirmou.

Sair da versão mobile