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Bolsonaro sinaliza possibilidade de trocar diretor da PF: ‘Eu indico, não o Moro’

'Está na lei que eu indico e não o Sergio Moro. E ponto final', disse Bolsonaro

'Está na lei que eu indico e não o Sergio Moro. E ponto final', disse Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou nesta 5ª feira (22.ago.2019) a possibilidade de trocar o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Maurício Valeixo, e disse que quem escolhe o nome para ocupar o cargo é ele e não o ministro da Justiça, Sergio Moro.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, ao ser questionado sobre a interferência na troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro, Bolsonaro disse que “agora há uma onda terrível sobre superintendência”.

“Onze foram trocados e ninguém falou nada. Sugiro o cara de 1 Estado para ir para lá e dizem ‘está interferindo’. Espera aí. Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral. Não se discute isso aí”, afirmou.

Perguntado, então, sobre a possibilidade de trocar o diretor-geral, o presidente disse que, se fizer isso, será na “hora certa”“Hoje eu não sei. Tudo pode acontecer na política […] Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu indico e não o Sergio Moro. E ponto final”, falou. [O diretor-geral] é subordinado a mim, não ao ministro. Deixo bem claro isso aí. Eu é que indico. Está bem claro na lei”, acrescentou.

Escolhido por Moro, Valeixo é 1 dos homens de confiança do ministro. Antes de assumir o comando da PF, ele atuou como superintendente da corporação no Paraná, desde dezembro de 2017. Foi ele quem coordenou a operação da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entenda o caso envolvendo a troca do superintendente da PF no Rio:

  • Bolsonaro anuncia troca – Em 15 de agosto, o presidente disse que trocaria o superintendente regional da PF no Rio, Ricardo Saadi por problemas de “gestão e produtividade”. Segundo Bolsonaro, o substituto seria o chefe da PF no Amazonas, Alexandre Silva Saraiva;
  • PF anuncia outro nome – No dia seguinte, a PF divulgou nota dizendo que Saadi seria trocado por Carlos Henrique Oliveira Sousa, então superintendente regional em Pernambuco. A corporação afirmou ainda que a mudança foi realizada por vontade do próprio Saadi e que já estava planejada “há meses”;
  • ‘Quem manda sou eu’ – Depois de a Polícia Federal anunciar outro nome, Bolsonaro disse que se o ministro Sergio Moro –cuja pasta é responsável pela PF– resolvesse mudar a indicação, teria que falar com ele: “Eu dou liberdade para os ministros todos. Mas quem manda sou eu”.
  • Presidente recua – Horas depois de dizer que quem mandava era ele, Bolsonaro amenizou o tom e disse que “tanto faz”“Se vier o de Pernambuco, não tem problema não”, afirmou.
  • ‘Interfiro mesmo’ – Ao ser questionado, em 21 de agosto, sobre a interferência na PF, o presidente afirmou que foi eleito presidente “para interferir mesmo”“Até a Receita Federal tem problemas. E queremos resolver esse problema. Como? Trocando gente. O Estado todo está aparelhado”.
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