Ceará-Mirim

Autônomos usam aplicativos para driblar crise financeira no RN

Aos 21 anos de idade, Ronaldo Lima que estava desempregado, decidiu se cadastrar para fazer entregas de bicicleta pelo Uber Eats (Magnus Nascimento)

Nem só de grupos, influenciadores e jogos vivem os aplicativos. Com a queda do número de vagas formais no mercado de trabalho, as pessoas vem buscando novas fontes de renda, alternativas fora do mercado formal para vender seus produtos e serviços, e os aplicativos vem sendo uma delas. Pelas plataformas, muitos conseguem divulgar seu trabalho e, pelos próprios aplicativos, gerenciam as relações com clientes, inventário de produtos, vendas e entregas.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, relativa ao 4o trimestre de 2017, 50,7% dos potiguares utilizavam a internet somente por telefone celular, superando o número de acessos por meio de computadores e tablets (47,9%), o que revela o potencial de crescimento dos aplicativos no Estado para geração de trabalho e serviços.
Se, por um lado, as novas plataformas propiciam um espaço para que as pessoas possam obter uma nova fonte de renda, além de fomentar o mercado da tecnologia da informação criando novas oportunidades, por outro, geram também questões inerentes ao século XXI, sobre transformação das relações de trabalho, qualidade de vida e saúde.

No novo modelo, o cliente passa a ter um papel mais ativo, no qual a sua avaliação pode interferir diretamente na continuidade do serviço oferecido. Reduzem-se, também, a necessidade de espaços físicos, e o trabalhador tem mais autonomia sobre seu processo produtivo e horários de trabalho, além da forma como são administrados os lucros e rendimentos obtidos pelo serviço prestado.

Para isso, no entanto, muitos abrem mão de direitos garantidos pela CLT: 13o, férias e, em muitos casos, para manter uma renda mínima, até mesmo fins de semana. Contribuições para aposentadoria também ficam de fora para muitos. O fenômeno já tem nome, e está sendo estudado por áreas que vão do direito às ciências sociais: “uberização do trabalho”.

No Brasil, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, 5,5 milhões de profissionais estão cadastrados nas plataformas do Uber, 99, Cabify e IFood, todos aplicativos relacionados ao transporte de passageiros ou entregas. Na Região Metropolitana de Natal, somente a plataforma Uber, há dois anos e meio no Estado, tem cerca de 11 mil motoristas cadastrados. O dado é da Cooperativa de Motoristas de Aplicativo de Mobilidade Urbana (Compar/RN).

Tribuna do Norte

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