Ato cobra investigação de desaparecimento de jovem em Natal: ‘Quem matou Gabriel?’

Fonte: G1RN

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Integrantes de movimentos sociais, familiares e amigos de Giovanne Gabriel de Souza Gomes, de 18 anos, participam do ato “Justiça por Gabriel”, na manhã desta segunda-feira (15). A manifestação acontece um dia depois de um corpo com as características do jovem ter sido encontrado em São José de Mipibu, na Grande Natal.

Com as mensagens “Quem matou Gabriel?”, “Queremos justiça”, “Vidas negras importam” e “Todos por Gabriel” escritas em cartazes e faixas, os manifestantes se concentraram na frente do Centro Municipal de Educação Infantil Marilanda Bezerra, na Zona Oeste de Natal. Dezenas de pessoas fizeram uma caminhada pelas ruas do Guarapes, bairro onde Gabriel morava com a mãe.

Gabriel deixou a casa onde vive com a mãe, a irmã e o padrasto na manhã do dia 5 de junho para ir de bicicleta à casa da namorada em Parnamirim, na Grande Natal. Ele fazia o trajeto em cerca de uma hora, mas sumiu antes de chegar ao destino. A namorada de Gabriel ligou preocupada para a mãe dele. Desde então o jovem não foi mais visto.

Familiares e amigos iniciaram a busca por Gabriel e, na última semana, chegaram a encontrar suas sandálias e a bicicleta em uma área de vegetação em Parnamirim. “Algumas pessoas falaram umas coisas, mas ninguém tem certeza e a gente fica nessa angústia. A gente espera que as investigações mostrem o verdadeiro culpado pela morte do meu filho”, conta Priscila Souza, mãe de Gabriel.

O pai, Jeová Dantas, morava perto da casa do filho e estava sempre em contato com Gabriel devido ao bom relacionamento com a ex-esposa. Jeová e Priscila também participaram da manifestação desta segunda. Antes, os dois estiveram na sede do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) para acompanhar a confirmação da identificação do corpo, que ainda não saiu.

Investigação

Embora a confirmação oficial do Itep não tenha sido concluída, para os pais de Gabriel não restam dúvidas de que o corpo encontrado no domingo (14) trata-se do filho. Jeová reconheceu as roupas que estavam no cadáver como sendo as de Gabriel.

“Quando eu cheguei pra reconhecer pedi aos técnicos que virassem ele. Reconheci pelo calção e pela camisa, não dava pra reconhecer mais porque o corpo estava em decomposição. Conheci também por um relógio que eu dei de presente pra ele. Eu não tenho dúvidas que é o corpo do filho. É o corpo do meu filho, eu tenho certeza”, disse Jeová Gomes.

“Quanto a isso, a gente da família não tem dúvidas. Infelizmente é ele, eu conheci as pernas, os braços, os dedinhos dele. Só estamos esperando a confirmação do Itep. Agora a gente aguarda as investigações pra saber quem foi que matou meu filho. É muito triste e revoltante, ninguém merece morrer com essa brutalidade”, conta Priscila.

O corpo que pode ser de Gabriel foi encontrado com perfurações no crânio, provavelmente provocadas por arma de fogo, e com braceletes de plástico presos nos pulsos, de acordo com a perícia inicial do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).

“Meu filho era uma pessoa muito boa. Nunca tive uma noite de sono mal dormida por causa dele. Era um menino sonhador e brincalhão do jeito acriançado dele que nunca pisou sequer numa delegacia”, disse Priscila.

Segundo a família de Gabriel, o corpo continua na sede do Itep. Os peritos tiveram dificuldade para fazer a identificação por meio das impressões digitais e da arcada dentária por causa do avançado estado de decomposição. É possível que a perícia só seja concluída após exame de DNA.

Em relação ao inquérito policial, as investigações ocorrem em sigilo no âmbito da Polícia Civil. Por meio das redes sociais, a governadora do RN Fátima Bezerra cobrou “empenho” e “rigor” nas investigações do caso.

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