Ceará-Mirim

Além de espancar a esposa, goleiro do SP disparou: “suas filhas vão passar fome”

Jean Paulo Fernando, goleiro do São Paulo, está preso desde quarta-feira (18) na Flórida (EUA) por espancar a esposa, Milena Bemfica. A mulher divulgou vídeos e fotos que comprovam as agressões.

“Eu tô aqui, em Orlando, e olha o que Jean acabou de fazer comigo. Alguém me ajude. Jean acabou de me bater. Ai meu Deus, gente, socorro. Minha mãe, calma, eu estou bem, mas olha para isso gente. Jean, goleiro do São Paulo. Olha o que ele fez comigo. Eu quero justiça”, diz ela no vídeo.

Posteriormente, o vídeo foi apagado, mas já havia sido copiado por outros usuários de redes sociais. A ficha de Jean aparece no sistema do Departamento de Correções do Condado de Orange, na Florida. O casal estava de férias em Orlando e havia visitado a Disney, com as filhas, nos dias anteriores.

Segundo trechos do boletim de ocorrência, o casal teve uma briga no quarto de hotel onde se hospedava em Orlando. Para poupar as filhas, os dois se fecharam no banheiro para discutir.

Quando Milena voltou para o quarto, o jogador a seguiu e puxou para a cama, subiu em cima dela e deu três socos em seu rosto. Ao tentar se defender, Milena bateu em Jean com uma chapinha de alisar cabelos.

Milena teria então tentado fugir, mas foi arrastada pelos cabelos até o banheiro, onde levou mais cinco socos no rosto. O documento diz ainda que o jogador não cooperou quando a polícia chegou ao hotel, por volta das 4h35 da madrugada, e foi algemado.

Os ferimentos de ambos foram examinados e, como os golpes desferidos por Milena foram considerados auto-defesa, ela não recebeu acusações.

Relação abusiva

Depois de saber que Milena denunciou o espancamento nas redes sociais, Jean enviou a seguinte mensagem para a esposa: “Parabéns, terminou com a minha carreira. Suas filhas vão passar fome”. Com medo, a mulher deletou o vídeo, mas o conteúdo já havia sido salvo por internautas.

De acordo com especialistas, relacionamentos abusivos são acompanhados por frases usadas pelo agressor para pressionar, amedrontar e coagir a mulher a ficar quieta ou a manter o relacionamento amoroso. Uma das táticas é, justamente, incluir os filhos e o emprego no meio da discussão.

A Lei Maria da Penha classifica violência psicológica como qualquer conduta que cause dano emocional e à autoestima da mulher, que prejudique o seu pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Isso inclui ameaça, manipulação, chantagem, insultos, xingamentos e frases agressivas.

Sair da versão mobile