A praticamente seis meses e meio (202 dias) das eleições deste ano, as composições das chapas majoritárias por grupos políticos de apoio e de oposição ao governo do Estado continuam sem definições no Rio Grande do Norte. Pelo lado do grupo da situação, há uma certa tranquilidade, pois em virtude de estar no exercício do cargo, a governadora Fátima Bezerra (PT) é, naturalmente, pré-candidata à reeleição no pleito de 1º de outubro. Em tese, a chefe do Executivo governadora Fátima Bezerra contará com o apoio do PROS e do PC do B, que integraram a chapa majoritária na campanha vitoriosa de 2018, mas ainda disputam espaço na chapa majoritária, este ano.
O presidente estadual do PROS e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado, já externou seu desejo de ser candidato a vice-governador com o apoio do PSB, enquanto o PC do B reivindica a permanência do atual vice Antenor Roberto de Medeiros, como companheiro de chapa da governadora do Estado. “O PC do B compreende que a sintonia programática é de confiança entre a governadora Fátima Bezerra e o seu vice, Antenor Roberto, e revelam um novo tipo na relação política e institucional entre essas duas funções executivas. Assim, o Partido tem confiança que esse êxito precisa continuar. O pleito dos demais são legítimos, porém, fragilizados por significarem descontinuidade de uma conjunção exitosa”, afirma o presidente do diretório estadual, Divanilton Pereira.
Também já se especulou a possibilidade do deputado federal Walter Alves (MDB) para vice depois do ex-presidente Lula ter defendido, em setembro do ano passado, a aliança dos emedebistas com o seu partido na campanha presidencial.
Dentro do governo, há esperança de que o PSDB, mesmo com uma bancada dividida na Assembleia Legislativa, continue integrando sua base de apoio político, embora o presidente da Casa, deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB), seja estimulado a disputar o governo por partidos que apoiam a governadora na Assembleia, mas em nível nacional fazem parte da base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro – Partido Liberal (PL) e Republicanos, presididos no Estado, respectivamente, pelos deputados federais João Maia e Benes Leocádio, que inclusive, teve o seu nome lançado como pré-candidato ao governo no começo do ano. Mesma coisa ocorreu com o deputado estadual Tomba Farias (PSDB), que voltou a colocar o seu nome à disposição no meio da semana, caso Ezequiel decida não sair candidato a governador pela oposição.
Até o momento o deputado Ezequiel Ferreira não declarou, publicamente, que reavalia seu plano de disputar a reeleição e sair candidato ao pleito majoritário, mas o chefe do Gabinete Civil do governo, Raimundo Alves Júnior disse à colunista Rosalie Arruda, da TRIBUNA DO NORTE, que “até decisão em contrário, ele (Ezequiel) é aliado nosso”.
Raimundo Alves afirmou que não acredita em uma mudança de rumo político do presidente da Assembleia: “Uma candidatura saída de dentro do governo para o campo bolsonarista seria uma mudança muito radical para um político como Ezequiel”.
A colunista reproduziu, na edição da última sexta-feira (11), a declaração de Alves de que “todos que o conhecemos, sabemos que ele (Ezequiel) calcula muito bem os seus passos. Estamos no 40º mês de governo e ele mais que ajudou, compõe esse governo em pastas muito importantes. Vai mudar faltando oito meses? Não acredito numa mudança dessa”.
Entre partidos na oposição, surgem outras pré-candidaturas ao governo estadual, como o Podemos, que até substituiu o senador Styvenson Valentim da presidência da Executiva estadual para concentrar atuação política no exercício do mandato e numa eventual candidatura dele a governador.
O novo presidente estadual do Podemos, Felipe Madruga de Souza, que participou da fundação do partido, diz que não tem legitimidade para falar em nome do senador, mas confirmou que a presidente nacional da legenda, a deputada federal Renata Abreu (SP), o senador Álvaro Dias (PR) e o ex-juiz federal e pré-candidato a presidente Sérgio Moro estimulam a pré-candidatura de Styvenson a governador. “O partido enxerga que o senador tem totais condições políticas para concorrer ao governo. É um candidato que tem aceitabilidade, apelo popular, sem conduta que desabone o exercício do mandato, mas é claro, a decisão é dele”, disse Felipe Madruga, que assumiu a presidência do Podemos-RN no último dia 8.
Já o partido Solidaridade desde o ano passado vem defendendo a pré-candidatura do engenheiro Brenno Queiroga, que já foi prefeito em Olho d’Água dos Borges e candidato a governador em 2018, tendo ficado em terceiro lugar, à frente do então governador Robinson Faria.
Partidos menor es também devem lançar candidatos a governador, como o Brasil 35, que já apresentou como pré-candidata a serventuária da justiça estadual, Clorissa Linhares, que foi vereadora em Grossos. Já o esquerdista PSTU vai abrir discussões internas a partir da próxima semana. Três nomes serão postos, a servidora da saúde estadual, Rosália Fernandes, o professor Dario Barbosa, que já foi candidato a governador e a prefeito em Natal e ainda o presidente do Conselho Nacional de Enfermagem (Coren-RN), Manoel Egídio.
Número de candidatos a governador por eleição:
2018 – 08 candidatos
2014 – 05 candidatos
2010 – 05 candidatos
2006 – 06 candidatos
2002 – 07 candidatos
1998 – 06 candidatos
1994 – 04 candidatos
1990 – 04 candidatos
1986 – 04 candidatos
1982 – 04 candidatos
Candidatos a governador do RN:
2018 Fátima Bezerra (PT), Carlos Eduardo Alves (PDT), Robinson Faria (PSD), Brenno Queiroga (SD), Carlos Alberto Freire (PSOL), Francisco Freitas (REDE), Heronildes Bezerra (PRTB), Dario Barbosa (PSTU)
2014 Robinson de Faria (PSD), Henrique Eduardo Alves (PMDB), Araken Farias Filho (PSL), Simone Dutra (PSTU), Robério Paulino (PSOL)
2010Rosalba Ciarlini (DEM), Iberê Ferreira de Souza (PSB), Carlos Eduardo Alves (PDT), José Walter Xavier (PCB), Sandro Pimentel (PSOL)
2006 Wilma de Faria (PSB), Garibaldi Alves Filho (PMDB), Humberto Silva (PTC), José Geraldo Fernandes (PSL), Sandro Pimentel (PSOL), Antonio José Bezerra (PCB)
2002 Fernando Freire (PPB), Wilma de Faria (PSB), Fernando Bezerra (PTB), Ruy Pereira (PT), Carlos Roberto Ronconi (PSDC), Marconio Cruz (PSC), Sônia Godeiro (PSTU)
1998 Garibaldi Alves Filho (PMDB), José Agripino Maia (PFL), Manoel de Lima Duarte (PT), Marconio Cruz (PSC), Carlos Roberto Ronconi (PSN), Dario Barbosa de Melo (PSTU)
1994 Garibaldi Alves Filho (PMDB), Lavoisier Maia Sobrinho (PDT), Fernando Mineiro (PT), Wilma de Faria (PSB)
1990 José Agripino Maia (PFL), Lavoisier Maia Sobrinho (PDT), Salomão Gurgel (PT), Ana Catarina Alves (PTR)
1986 Geraldo Melo (PMDB), João Faustino (PDS), Aldo Tinoco (PDT), Sebastião Carneiro (PT)
1982 José Agripino Maia (PDS), Aluízio Alves (MDB), Rubens Lemos (PT), Vicente Cabral de Brito (PTB)