Júri popular inocenta acusado de matar 5 mulheres dentro de prostíbulo na região Oeste potiguar

Defesa conseguiu provar que Isaac Mendonça de Lucena estava em casa na hora em que aconteceu a chacina. Crime foi em 2015, na cidade de Itajá.

Por Anderson Barbosa, G1 RN

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Isaac Mendonça de Lucena foi solto na tarde desta quarta (7) — Foto: Arquivo Pessoal
Isaac Mendonça de Lucena foi solto na tarde desta quarta (7) — Foto: Arquivo Pessoal

Júri popular realizado nesta terça-feira (6) no Fórum Desembargador Dúbel Ferreira Cosme, em Ipanguaçu, na região Oeste potiguar, inocentou o agricultor Isaac Mendonça de Lucena da acusação de ter matado cinco mulheres a tiros dentro de um prostíbulo na cidade de Itajá, que fica na mesma região. A chacina aconteceu na madrugada de 15 de julho de 2015. Isaac foi o único indiciado pelo crime.

Advogado de defesa do agricultor, Bruno Henrique Saldanha Farias explicou ao G1 que Isaac foi inocentado por falta de provas. Dos sete jurados, só houve necessidade da leitura de cinco votos, uma vez que a maioria pela absolvição já havia sido alcançada. O resultado foi de 4 votos a 1.

 Isaac Mendonça de Lucena, no momento em que foi preso, logo após a chacina  — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Isaac Mendonça de Lucena, no momento em que foi preso, logo após a chacina — Foto: Divulgação/Polícia Civil

“Prevaleceu a justiça. Conseguimos provar que Isaac não estava na cena do crime no momento da chacina. O crime aconteceu pouco depois da meia-noite. Naquele exato momento, ele estava em casa, ao telefone, falando com sua companheira. Essas ligações, que foram comprovadas pela operadora de telefonia, foram fundamentais para confirmar a inocência dele”, ressaltou o advogado.

Ainda de acordo com Bruno, a defesa ainda estuda se vai entrar com uma ação de indenização por danos morais e materiais contra o Estado. “Antes, vamos aguardar que se esgotem todas as possibilidades de recurso”, ponderou.

Soltura

Isaac passou 4 anos atrás das grades. Preso desde o dia do crime, ele deixou o Centro de Detenção Provisória de Apodi na tarde desta quarta-feira (7).

Patrícia Regina Nunes (dona do estabelecimento), Cássia Rayane Santiago Silva, Maria Daiane Batista e Antônia Francisca Bezerra Vicente foram quatro das cinco vítimas — Foto: Divulgação/PM
Patrícia Regina Nunes (dona do estabelecimento), Cássia Rayane Santiago Silva, Maria Daiane Batista e Antônia Francisca Bezerra Vicente foram quatro das cinco vítimas — Foto: Divulgação/PM

Acusação

Foram mortas dentro do prostíbulo:

  • Patrícia Regina Nunes, de 37 anos, gerente do prostíbulo
  • Antônia Francisca Bezerra Vicente, de 32 anos
  • Maria da Conceição Pedrosa, de 21 anos
  • Maria Daiane Batista, de 20 anos
  • Cássia Rayane Santiago Silva, de 17 anos

Segundo denúncia feita pelo Ministério Público, Isaac mantinha relacionamento amoroso com uma mulher. Esta, por sua vez, estaria se envolvendo com a gerente da “Casa dos Drinks”, onde aconteceu a chacina. Enciumado, Isaac teria matado Patrícia e, em seguida, também executado as outras vítimas por elas terem testemunhado o crime.

Assim, pela morte da gerente, o acusado foi indiciado pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio, pela questão de gênero).

Já pelos outros quatro homicídios, Isaac também foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, tendo como agravante o motivo torpe, a impossibilidade de defesa das vítimas e o fato delas terem sido mortas como forma de encobrir outro crime, que em outras palavras é a queima de arquivo.

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