‘Não tinha ninguém pra dar um tiro nele?’, questiona Bolsonaro sobre morador de rua

Em transmissão ao vivo, presidente ignora rebelião em presídio no Pará que deixou 52 mortos

Gustavo Uribe | Folha de S. Paulo

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O presidente Jair Bolsonaro questionou nesta segunda-feira (29) se não havia ninguém armado para dar um tiro em um morador de rua acusado de ter esfaqueado dois homens no Rio de Janeiro.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, feita enquanto cortava o cabelo em horário de expediente, o presidente disse que Plácido Correa de Moura, de 44 anos, era viciado em drogas. 

Presidente da República, Jair Bolsonaro transmite corte de cabelo pelas redes sociais
Presidente da República, Jair Bolsonaro transmite corte de cabelo pelas redes sociais – Facebook/Reprodução

“Um morador de rua esfaqueou duas pessoas no Rio de Janeiro. Agora, não tinha ninguém armado para dar um tiro nele? Mas tudo bem. Estava drogado? Viciado em drogas. Tem de buscar solução para as coisas, né?”, questionou.

Segundo informações da Polícia Civil, o morador, que foi preso no domingo (28), abordou um automóvel, na Zona Sul, e desferiu facadas no eletricista João Napoli e no professor Marcelo Reis, que morreram.

Apesar de ter comentado sobre os assassinatos no Rio de Janeiro, Bolsonaro não se pronunciou até o momento sobre a rebelião em presídio no Pará que deixou 52 mortos

Foi a segunda maior rebelião com mortos neste ano. Em maio, uma sequência de ataques nos presídios do Amazonas deixou ao menos 55 mortos.

O motivo do massacre é uma disputa entre duas facções criminosas pelo controle da unidade prisional de Altamira, segundo o governo estadual.

O Pará, quarto estado mais violento do país, vem registrando o avanço das milícias, fenômeno que só encontra paralelo no Rio de Janeiro.

relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) mostrou que a unidade prisional tem condições classificadas como “péssimas”

Além de superlotada —343 cumpriam pena no local, mais que o dobro da sua capacidade, de 163 vagas—, inspeção do conselho detectou que “o quantitativo de agentes é reduzido frente ao número de internos custodiados”.

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