Leia os documentos publicados pela PF que levaram a Lava Jato a proteger Moro

Foram publicados pelo Poder360 em 2016

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Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, participa da sessão da Comissão de Segurança Pública no Congresso Nacional, em Brasília (DF) - 08/05/2019 (Adriano Machado/Reuters)
Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, participa da sessão da Comissão de Segurança Pública no Congresso Nacional, em Brasília (DF) - 08/05/2019 (Adriano Machado/Reuters)

Mensagens publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo em parceria com o Intercept Brasil indicam que os procuradores e o então juiz Sergio Moro temiam que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, desmembrasse os inquéritos que estavam sob controle de Moro em Curitiba e os esvaziasse no momento em que as investigações sobre a Odebrecht avançavam.

O receio teria origem em 1 descuido da Polícia Federal em 22 de março de 2016, quando ela anexou os documentos da Odebrecht aos autos de 1 processo da Lava Jato sem preservar seu sigilo. Na ocasião, o material foi divulgado no Poder360, ainda em sua fase beta. A reportagem foi feita pelos jornalistas André Shalders (hoje na BBC Brasil) e Mateus Netzel (hoje diretor do Poder360).

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Os documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 24 partidos políticos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada na data pela força-tarefa da Operação Lava Jato.

As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22.fev.2016. Como eram de uma operação de 1 mês atrás, só foram divulgados 1 mês depois pela PF.

No dia seguinte à publicação (23.mar.2016), Moro determinou que o material fosse colocado sob sigilo. Os repórteres tiveram acesso às informações quando os dados estavam públicos.

Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo federal em 2016. Foram mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.

Eis exemplos de planilhas apreendidas:

Uma das tabelas de Benedicto Barbosa Jr, o BJ, da Odebrecht

Na planilha, Renan é “atleta”; Eduardo Paes, “nervosinho”; Sérgio Cabral, “próximus”.

A maior parte do acervo é formada por tabelas com menções a políticos e a partidos. Os documentos, como se observa nas imagens acima, trazem nomes, cargos, partidos, valores recebidos e até apelidos atribuídos aos citados.

Algumas planilhas parecem fazer menção a doações de campanha registradas no TSE. Há CNPJs e números de contas usadas pelos partidos em 2010, por exemplo. Parte significativa da contabilidade se refere à campanha eleitoral de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores.

Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio.

Um dos textos refere-se, de forma cifrada, às regras internas de funcionamento do cartel de empreiteiras da Lava Jato. O grupo é chamado de “Sport Club Unidos Venceremos”.

ÍNTEGRA DOS DOCUMENTOS

Clique aqui para saber em qual documento e página cada político é mencionado. Depois, escolha o arquivo correspondente na lista abaixo:

Arquivo 1

Arquivo 2

Arquivo 3

Arquivo 4

Arquivo 5

Arquivo 6

Arquivo 7

Arquivo 8

Arquivo 9

Arquivo 10

Arquivo 11

Arquivo 12

Na ocasião, o Poder360 procurou os citados. Suas respostas podem ser lidas aqui.


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