Nos últimos anos, Lobão se destacou por sua mobilização política. Adepto das redes sociais, o músico virou um ícone da direita brasileira ao ser uma das mais fortes vozes pelo impeachment de Dilma Rousseff e por ser contra o PT. Em 2018, ele apoiou Jair Bolsonaro, mas, meses depois, virou um dos maiores críticos do governo.
“Estão me chamando de traidor agora? Isso já aconteceu antes comigo, em relação ao PT. Esse país é uma várzea. Político, para mim, é um funcionário que você elege e pode te decepcionar, não tenho vínculo passional”, disse o cantor em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Lobão diz que sentia Bolsonaro cercado por uma “extrema direita burra”, mas decidiu apoiar o atual presidente quando Paulo Guedes foi anunciado como ministro da Economia. O músico, no entanto, reclama da interferência de Olavo de Carvalho no governo, inclusive incentivando ataques dos filhos de Bolsonaro a opositores do pai.
“Olavo escreveu que só tem quatro pessoas no Brasil que ele escuta: o presidente e seus três filhos. O resto que vá tomar no c*! Falou bem assim. Imagina toda a cúpula do governo ouvindo isso. Paulo Guedes, Moro, esses não têm importância nenhuma”, afirma Lobão à Folha.
O músico ainda criticou as recentes atitudes do presidente. “O cara faz piada com tamanho do pau de japonês e os imbecis gritam ‘mito’. Esse cara não me representa. Com a minha história, não posso ficar calado com tanta grosseria e burrice”, afirma. “Chamar estudante de massa de manobra é coisa de imbecil”, completou relembrando uma declaração de Bolsonaro sobre os recentes protestos contra os cortes de verba na educação.
IstoÉ