Pesquisa do DataPoder360 indica que 52% dos brasileiros querem que o presidente Jair Bolsonaro deixe o cargo. A taxa variou 4 pontos para cima desde o último levantamento, publicado em 12 de junho.
A apoio para que Bolsonaro mantenha-se no Planalto é de 38%, o que representa uma queda de 5 pontos percentuais em apenas duas semanas. Outros 10% não souberam responder.
Os clamores para a saída de Bolsonaro, seja por vontade própria (renúncia) ou forçada (impeachment), estão diretamente ligados a avaliação de sua gestão. Entre aqueles que avaliam seu trabalho como bom ou ótimo, 84% querem mantê-lo no chefia do Executivo. Apenas 4% dos que consideram ruim ou péssimo falam que Bolsonaro deve terminar seu mandato.
Já entre os que pedem a saída, quase 9 em cada 10 entrevistados desejam o afastamento. Entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom, 9% afirmam que Bolsonaro não deve mais estar no cargo.
Esse é 1º levantamento feito depois do caso Queiroz, que foi preso na semana passada no caso das “rachadinhas” –prática em que assessores devolvem parte de seus salários aos políticos que os contratam– no gabinete do filho Flávio Bolsonaro, hoje senador pelo Republicanos, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
No momento da prisão, Queiroz estava na casa de Frederick Wassef, que era então advogado de Flávio e de Bolsonaro. Wassef deixou a defesa do senador depois da prisão. Entenda o caso nesta reportagem.
A pesquisa foi realizada de 22 a 24 de junho de 2020 pelo DataPoder360, divisão de estudos estatísticos do Poder360, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 549 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. Conheça mais sobre a metodologia lendo este texto.
QUEM SÃO OS APOIADORES
O maior apoio para a permanência de Bolsonaro como mandatário vem da região Centro-Oeste, com 54%. É a única em que a taxa ultrapassa a metade dos entrevistados. Já no Nordeste, o inverso: apenas 3 em cada 10 querem que Bolsonaro continue na Presidência da República. No Sudeste, metade quer que o militar reformado deixe o cargo.
O Sul, onde Bolsonaro conquistou mais votos proporcionalmente contra Fernando Haddad (PT) com quem concorreu no 2º turno em 2018– foram 68,3% contra 31,7%– é a região onde mais entrevistados desejam que ele deixe o cargo (52%), com exceção do Nordeste (60%).
A idade e a escolaridade também influenciam no resultado. Os jovens de 16 a 24 são os que mais querem a saída de Bolsonaro, somando 62% de respostas nesse sentido. Dos 25 anos para cima, as taxas se estabilizam de 49% a 50%.
Entre quem tem ensino superior completo, 2/3 acham que o ex-pesselista não deve continuar como presidente. A taxa é 1 pouco acima dos 51% entre pessoas com nível médio e cai para 45% no nível fundamental.